Lava Jato prende promotor de Justiça que recebia propina de empresas de ônibus do Rio
Flávio Bonazza de Assis receberia R$ 60 por mês para vazar informações que beneficiavam empresas investigadas
Rio - A Polícia Federal prendeu, na manhã desta segunda-feira, o promotor de Justiça Flávio Bonazza de Assis. Ele é acusado de ter recebido propina para vazar informações que beneficiavam empresas de ônibus investigadas. O promotor foi preso em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
A prisão de Bonazza aconteceu no âmbito da operação Ponto Final, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio. A ação mira uma organização criminosa que atuava no setor de transportes públicos do estado, com a participação da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio (Fetranspor).
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Preso, Bonazza foi levado para a Superintendência da PF, na Zona Portuária. Ele vai responder pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
R$ 60 MIL AO MÊS
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O nome do Bonazza e de outras quatro pessoas surgiram na delação premiada de Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor. De acordo com Lélis, o promotor teria solicitado "pagamento mensal de R$ 60 mil em troca de 'tratamento especial' em processos de interesse do setor"'.
"O promotor prometeu tratar os empresários investigados de forma benevolente, tendo ainda deixado claro que faria o mesmo quando atuasse em futuras investigações que envolvessem interesses do setor", disse Lélis, em delação.
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De acordo com o Ministério Público estadual (MPRJ), responsável pela acusação, os crimes foram cometidos entre junho de 2014 e março de 2016.