Soldado youtuber questionou coronel da PM, em vídeo gravado em outubro do ano passado - Reprodução / Youtube
Soldado youtuber questionou coronel da PM, em vídeo gravado em outubro do ano passadoReprodução / Youtube
Por RAI AQUINO
Rio - O soldado da PM Gabriel Luz Monteiro de Oliveira perdeu o porte de arma e o direito à identidade funcional da corporação após se envolver em uma polêmica com o coronel Ibis Silva Pereira, que foi comandante-geral da Polícia Militar em 2014. O soldado, lotado no 34º BPM (Magé), mas atualmente afastado das ruas cumprindo função na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), é conhecido por colecionar polêmicas, divulgadas em um canal que mantém no Youtube. Ele também é integrante do Movimento Brasil Livre (MBL)
A decisão contra o PM youtuber foi divulgada no boletim interno da corporação desta quarta-feira. O soldado respondeu a uma sindicância da Polícia Militar por tratar o coronel "de forma desrespeitosa, em pelo menos duas ocasiões", no local de trabalho dele, "oficial superior da reserva remunerada", tendo inclusive filmado-o "sem autorização".
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O ex-comandante geral da PM, que é reformado, trabalha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). De acordo com o processo do qual Gabriel foi alvo internamente, na manhã do dia 23 de outubro do ano passado, o agente se passou por um estudante da PUC para conseguir falar com o coronel Ibis na Alerj. 

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Gabriel Monteiro Reprodução / Internet
O PM é conhecido pelas polêmicas que coleciona na Internet Reprodução / Internet
O PM é conhecido pelas polêmicas que coleciona na Internet Reprodução / Internet
O PM é conhecido pelas polêmicas que coleciona na Internet Reprodução / Internet
O PM é conhecido pelas polêmicas que coleciona na Internet Reprodução / Internet
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O PM é conhecido pelas polêmicas que coleciona na Internet Reprodução / Internet
Soldado youtuber questionou coronel da PM, em vídeo gravado em outubro do ano passado Reprodução / Youtube
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Na ocasião, segundo consta no processo, Ibis resolveu atender Gabriel fora de seu gabinete, pois o soldado alegou que estava de bermuda e não poderia entrar na assembleia. Quando o oficial se encontrou com o youtuber, percebeu que, na verdade, ele queria fazer um vídeo para seu canal, questionando algumas atitudes do ex-comandante.
No vídeo, divulgado editado por Gabriel em seu canal (assista mais abaixo), ele pergunta se existe alguma "broderagem" entre o coronel e traficantes do Comando Vermelho (CV) do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio
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"Como que o senhor, sendo um policial militar, ex-comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, consegue entrar num local onde há conflito bélico, morte de inúmeros policiais militares, e nada acontece com o senhor?", o youtuber questionou, para ouvir do ex-comandante. "A gente precisa ter um certo nível de respeito entre a gente (...) acho que você está desrespeitando a minha biografia (...) do jeito que você está falando, você está tentando levantar suspeita contra a minha idoneidade".
No processo do qual foi alvo, Gabriel respondeu por transgressão disciplinar de natureza grave. Assim que recebeu a notícia da perda do porte de arma, nesta quinta, o youtuber disse que está em processo de expulsão da PM porque questionou o ex-comandante da PM por ter ligação em áreas do CV.
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"É chocante lutar contra a corrupção está (sic) me expulsando da @PMERJ. Vamos dar vazão ao caso, minha vida está em risco. Bandidos e comandantes da PM corruptos querem me matar", ele criticou, pelo Twitter.
Com o caso à tona, a hahstag #somostodosgabrielmonteiro virou o assunto mais comentado da rede social.
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"Meu amigo acaba de me mandar imagens do Comando Vermelho prometendo minha morte. A PMERJ tirou meu porte de armas, pois questionei coronéis de atos que os ligavam ao Comando Vermelho. A #somostodosgabrielmonteiro já está nos assuntos mais falados. Me ajude divulgando-a", pediu.
Ao compartilhar trecho do boletim interno da PM sobre a decisão, o youtuber questionou o governador Wilson Witzel (PSC).
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"@wilsonwitzel isso está certo???", postou, marcando o perfil do Twitter do governador. Ele também divulgou um vídeo comentando a decisão.
Procurado pelo DIA sobre a decisão da PM, o coronel Ibis disse que questões internas das corporações militares não devem ser comentadas publicamente por seus agentes. O ex-comante, no entanto, reforçou que "de qualquer maneira, um policial que acusa o outro sem fundamento e materialidade, joga contra a memória e honra da corporação. Trata-se de uma ação leviana, descomprometida com o bem da instituição, em busca de holofotes em um ano eleitoral".
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"Nesses 33 anos de Polícia Militar, eu honrei a farda e aprendi que a corporação é um importante elemento de coesão social. Um policial precisa ser, acima de tudo, alguém que cuida da lei e da sociedade, não que a transgride para fins de projeção pessoal. O que torna essa profissão incompatível com qualquer tipo de desrespeito com relação ao outro. Acredito que o diálogo é um elemento fundamental para aproximar as pessoas. Nunca me neguei a dialogar na esfera pública de forma democrática e civilizada, como um bom policial deve fazer", o coronel acrescentou.
Já a PM afirmou que "o referido soldado responde à Comissão de Revisão Disciplinar procedimento interno previsto para avaliar conduta dos integrantes da corporação".
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"A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, como as demais instituições militares do país, tem como pilares os princípios da hierarquia e disciplina. Vale ressaltar que o rito do procedimento prevê a ampla defesa e o contraditório quanto às imputações de transgressões disciplinares nele contidas. Todas as garantias constitucionais são asseguradas aos integrantes da corporação, oficiais ou praças", a Polícia Militar acrescentou, em nota.