No guidom de bicicletas, vírus pode durar até 72 horas, proporcionando a contaminação de usuários - fotos Estefan Radovicz
No guidom de bicicletas, vírus pode durar até 72 horas, proporcionando a contaminação de usuáriosfotos Estefan Radovicz
Por RENAN SCHUINDT

Bicicletas e patinetes, academias ao ar livre, elevadores ou caixas eletrônicos. São alguns dos equipamentos de uso compartilhado que, se utilizados sem a devida higienização, podem se transformar em grandes propagadores da Covid-19, doença causada pelo coronavírus. Uma pesquisa publicada pelo The New England Journal of Medicine — especializado na área de saúde —, aponta o tempo de duração do vírus sobre diversas superfícies. Plástico e aço inoxidável, que podem esconder o micro-organismo por até três dias, são os mais preocupantes.

Nas ruas do Centro não é difícil encontrar os meios de locomoção liberados por aplicativos. No caso dos patinetes e das bicicletas, o vilão pode ser o guidom formado basicamente por material plástico. Superfícies como essas podem hospedar o vírus por até 72 horas, aponta o estudo. Não por acaso, ao utilizar o equipamento, os usuários devem se certificar quanto à limpeza.

A Tembici, empresa responsável pela gestão das bicicletas, informa que todas as medidas preventivas são adotadas. Além da rotina padrão de limpeza, as bicicletas recebem higienização com álcool 70%. Os cuidados são tomados desde a saída dos galpões até as estações de compartilhamento. Funcionários que lidam diretamente com os equipamentos também fazem higienização recorrente com álcool em gel.

EQUIPAMENTOS DE GINÁSTICA

O perigo também ronda a orla e praças públicas, como nas academias da terceira idade, onde as atividades já foram suspensas e cujos usuários estão no grupo de risco, além de aparelhos de musculação espalhados pelo calçadão. Segundo a pesquisa feita pelo periódico inglês, o tempo de sobrevivência do coronavírus em superfícies de inox é de até três horas. Daí, a importância de não utilizar atualmente tais equipamentos.

"Se uma pessoa contaminada encosta em certas superfícies, mesmo que ela saia dali, o vírus ainda pode se propagar. O aço é o material que compõe as barras nas quais os passageiros se apoiam no metrô, trens, ônibus e até num equipamento de academia", explica o médico Marco Aurélio Montes, professor de Pós-Graduação em Anatomia Humana na Didático Educacional. O especialista faz outro alerta. "Em situações que o uso das mãos seja inevitável, recomendo ao menos o uso da mão não dominante (aquela que não é a usual). Se você usa a mão direita como principal, na pior das hipóteses toque na superfície com a esquerda. Assim, se evita coçar olhos, nariz e boca. Também é importante lavar o rosto sempre que possível", completa.

Outros materiais pesquisados foram o papelão, onde o vírus pode viver por até 24 horas, e o cobre (quatro horas). Já os resíduos de poeira, neste caso apresentado como aerosol pelo estudo, mostra que o coronavírus pode permanecer por até uma hora.

Uma portaria publicada no Diário Oficial da última quinta-feira determina o fechamento das praças gradeadas da cidade do Rio. A medida tem como objetivo evitar a circulação e aglomeração de pessoas nessas áreas.

 

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