Por Luana Dandara

No último dia de comércio aberto no Rio, as ruas da cidade ficaram vazias e alguns estabelecimentos nem mesmo abriram ontem. Nas barbearias e salões de cabeleireiro que ainda ofereceram o serviço, poucos fregueses aproveitaram para cortar o cabelo e fazer a barba, uma recomendação inclusive de higiene na prevenção do novo coronavírus.

Um deles foi Pedro Henrique Belfort, de 54 anos. Morador da Lapa, ele procurou um salão na Rua Riachuelo para cortar o cabelo. Belfort é dono de um comércio na região e já fechou as portas no sábado. "Quando fiquei sabendo da medida, vim rapidamente ao salão. É triste o que está acontecendo, mas acho certas as providências. A tendência é aumentar os casos, então precisamos nos proteger", disse ele.

Segundo o comerciante, seu pai, de 84 anos, está em isolamento total, conforme recomendação das autoridades. "Eu só saí mesmo para cortar o cabelo. Nunca tinha visto isso na vida, só em filme de ficção científica. Espero que passe rápido e a humanidade melhore em todos os sentidos depois dessa tragédia", acrescentou Belfort.

O cabeleireiro Zequinha, de 39 anos, por sua vez, pretende começar a oferecer o serviço em domicílio para a clientela que mora perto. "Trabalho há 17 anos aqui, o pessoal mais idoso nem tem vindo. Quero atender em casa, sim, os clientes mais próximos. Preciso manter meu sustento", destacou ele.

As casas lotéricas são alguns estabelecimentos que permanecerão abertos a partir de hoje. Os jogos da Loteria Federal e Loteca, entretanto, estão suspensos e o movimento de apostadores deve reduzir.

O aposentado César Cardoso, de 74 anos, joga diariamente no 'Dia de sorte', mas por conta do cenário da pandemia vai parar de frequentar as lotéricas. "Vai me fazer falta, porque mesmo sendo jogo de azar, ainda há chances. Tenho a esperança de um dia ganhar", contou.

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