De 1.150 leitos da rede federal, só 50 foram abertos, no HFB, em abril - Reprodução
De 1.150 leitos da rede federal, só 50 foram abertos, no HFB, em abrilReprodução
Por Beatriz Perez
Rio - O médico responsável pela emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, Cláudio Pena Gonçalves, pediu a exoneração da chefia da emergência da unidade na tarde de segunda-feira, por motivos de cunho pessoal.
O Hospital Federal de Bonsucesso disse que o médico não havia chegado a ser nomeado e por isso não houve exoneração. A direção indicou a médica Gabriela Soares para assumir a chefia da unidade. O hospital informa que nesta terça-feira tem doze pacientes internados em CTI e onze em atendimento na emergência.
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Profissionais se queixam de falta de EPIs e de recursos humanos para o trabalho. A juíza federal Carmen Silvia Lima de Arruda intimou o Ministério da Saúde a substituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), alegando omissão e negligência no enfrentamento da pandemia da covid-19. Em sua decisão, a magistrada cobra abertura de leitos ociosos na unidade. Segundo ela, há 240 leitos no Prédio 1, sendo que apenas 17 desses foram ocupados por pacientes infectados por coronavírus.

A juíza aponta, ainda, 14 respiradores fora de uso no HFB e outros 30 leitos de UTI vazios por falta de profissionais. De acordo com Carmem Silva Lima de Arruda, esse leitos estariam equipados e em condições de uso.

A decisão da juíza expõe outros problemas na unidade, como a falta de testes para verificar se há profissionais de saúde infectados e ausência de plano de contingência para o enfrentamento do coronavírus, além da falta de aquisição de equipamentos de proteção, como máscaras N-95. Em seu despacho, a juíza cobra explicações do Ministério da Saúde sobre os leitos vazios e equipamentos desativados. O Ministério diz que cabe recurso e que não há previsão de mudança na direção da unidade.