Muzzi chefiou a PF como interino em 2019 após crise envolvendo o antecessor de Oliveira no comando da corporação, o delegado Ricardo Saadi. Foi quando Bolsonaro tentou trocar o superintendente da corporação fluminense pela primeira vez e acabou gerando atrito com então ministro Sérgio Moro e o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo.
O delegado tem uma larga experiência e a fama entre seus pares de "competente e honesto".
Muzzi deverá assumirá a vaga deixada por Oliveira, que será o número dois do novo diretor geral, Rolando Alexandre de Souza.
Um dos primeiros atos do novo chefe da PF, após sua posse na segunda, 4, em cerimônia a portas fechadas e não divulgada que durou 20 minutos, foi trocar o comando da superintendência da corporação no Rio. A promoção de Oliveira foi vista por delegados como uma forma "estratégica" de mudar o comando da PF fluminense.
Ao anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro, Moro acusou o presidente de suposta interferência política na PF envolvendo trocas na Diretoria-Geral e em superintendências regionais da corporação. "O problema é que nas conversas com o presidente e isso ele me disse expressamente, que o problema não é só a troca do diretor-geral. Haveria intenção de trocar superintendentes, novamente o do Rio, outros provavelmente viriam em seguida, como o de Pernambuco, sem que fosse me apresentado uma razão para realizar esses tipos de substituições que fossem aceitáveis", disse Moro, ao pedir demissão do governo.
No último sábado, em longo depoimento que prestou na Polícia Federal em Curitiba, Moro disse que recebeu mensagem pelo aplicativo WhatsApp do Presidente da República, cobrando a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro. O ex-ministro relatou que a mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: "Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro."