Carol e Thiago: casamento seria no dia 1º de maio, em Vila Velha, e nova data está em aberto - Arquivo Pessoal
Carol e Thiago: casamento seria no dia 1º de maio, em Vila Velha, e nova data está em abertoArquivo Pessoal
Por ANA CARLA GOMES

A instrutora de Pilates Carolina Medeiros, de 28 anos, e o empresário Thiago Salla, de 27, ficaram noivos no ano passado e tiveram um ano para planejar o casamento. "Sonhamos com muitas coisas, lembro que cada ideia que tínhamos diferente sobre os detalhes da festa era comemorada. Queríamos uma festa tradicional, mas que fosse a nossa cara", conta Carol. A data escolhida foi o dia 1º de maio deste ano, no tradicional mês das noivas, com uma cerimônia e uma festa ao ar livre, num espaço em Vila Velha, no Espírito Santo. Mas veio a pandemia do novo coronavírus e, com ela, todos os planos do tão sonhado "sim" tiveram que ser reprogramados, assim como de muitos outros casais.

"Logo assim que começou a pandemia, eu não acreditei que teria tanto impacto, estava otimista ainda. A ficha foi caindo mesmo quando fechou o comércio aqui no estado e com as notícias que maio seria o pior mês da pandemia. No fim de março para início de abril, começamos a ligar para os fornecedores e consultar a possibilidade de uma nova data", lembra Carol.

Até então, o casal havia programado convites virtuais que não haviam sido mandados ainda. "A sensação foi de que estávamos fazendo a coisa certa, por um bem maior e que não iríamos colocar ninguém risco. À medida em que vai passando o tempo, rola um pequeno desespero. Por não saber mesmo quando será seguro ter uma nova festa e se devemos arriscar fazer isso neste ano", conta Carol.

Por conta do momento de incertezas, o casal não definiu uma nova data para o casamento: "Não cancelamos nada, estamos com todos os contratos em aberto para que possamos remarcar em até 12 meses a festa. A princípio tínhamos conseguido encaixar todos os nossos fornecedores para o dia 4 de julho. Depois, voltamos atrás para deixar a data em aberto mesmo. Eu comprei o vestido e ele está guardadinho, esperando a hora certa para ser usado".

As incertezas do momento atual também afetam os planos do casal na parte financeira: "Vamos esperar um pouco mais para casar no civil. Até porque também não sabemos como vai ficar o mercado e nós dois somos empresários. Também iríamos pagar aluguel, a princípio. E assumir um aluguel agora é pouco arriscado, devido às incertezas do mercado".

 

Casal transmite cerimônia em live
A empresária Laísa Ferreira Scandura, de 31 anos, e o marido, o empresário Adriano Gonçalves Silva Junior, de 34 anos
A empresária Laísa Ferreira Scandura, de 31 anos, e o marido, o empresário Adriano Gonçalves Silva Junior, de 34 anosArquivo Pessoal
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A cerimônia e a festa do casamento dos empresários Laísa Ferreira Scandura, de 31 anos, e Adriano Gonçalves Silva Junior, de 34, estava marcada para o dia 25 de abril deste ano, num buffet em São Paulo. Os planos iniciais tiveram que ser adiados por conta da pandemia. Mas Laísa e Adriano puderam celebrar a união no mesmo dia em que planejado e ainda arrumaram um jeitinho de os convidados assistirem a tudo, numa transmissão por live.
"Já tínhamos dado entrada no civil e já tínhamos as alianças gravadas com a data. Então, depois de uns 20 dias, optamos por manter o cartório. Um casal de padrinhos nos ligou, preocupados com a gente e como iriamos passar o dia 25 de abril e nos ofereceu de presente o cerimonialista para ir à nossa casa", conta Laísa.
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A ideia da live partiu do noivo, que trabalha com audiovisual. "Um amigo nosso faria o streaming e corte de câmeras a distância por um software. Ao comunicarmos aos convidados da live, a minha cunhada nos deu de presente a decoração. Então, com o carinho de cada um, reconstruímos o nosso dia", lembra a empresária.
Laísa conta que, com a ajuda de todos os fornecedores, conseguiu remarcar o casamento no buffet para fevereiro de 2021. E diz qual foi a sensação de ter a cerimônia transmitida num live: "Foi um misto de felicidade por estarmos celebrando nosso dia, com aperto no coração de estarmos longe e não poder abraçar as pessoas. Mas a quantidade de mensagens que recebemos e carinho de todos foram acolhedores e reconfortantes. Demoramos quase três dias para responder as mensagens que chegaram".
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"O único termômetro é a reação dos noivos"
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O celebrante Marcos Curiati ficou responsável pela cerimônia. Ele conta que, por conta da pandemia, já teve mais de 35 cerimônias adiadas. "Foi uma experiência diferente, sem dúvida. Com os convidados presentes, a reação de todos é imediata: a emoção, a alegria, as risadas e os olhares. Sem eles, o único termômetro é a reação dos noivos. Eles foram super receptivos a ideia e as palavras ditas, o que foi excelente. Havia a preocupação se eles sentiriam falta do ambiente cheio de convidados fisicamente, mas eles embarcaram com tudo na ideia", conta Marcos.
 
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Logística para conciliar as agendas
Acostumada a trabalhar com casamentos desde 2006, a cantora lírica Juliana Sucupira explica que o desafios dos casais é conseguir conciliar as agendas de todos os profissionais envolvidos nas cerimônias e festas para marcar uma nova data. 
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"Todos os casamentos estão sendo remarcados. Tem gente que ainda não decidiu nova data, mas vai remarcar. Quem teve que adiar o seu casamento neste primeiro semestre está com uma dificuldade enorme de conciliar uma nova data incluindo todos os fornecedores já contratados. Então, estou com casamento remarcado para o segundo semestre para domingos, o que não é comum. Tradicionalmente, na nossa cultura, as pessoas se casam aqui aos sábados", conta Juliana.
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Agenda quase toda remanejada
Com sua experiência de 16 anos trabalhando em casamentos, especializada em festas, a maquiadora Alessandra Grochko conta que conseguiu remanejar para novas datas praticamente todos os compromissos da sua agenda que tiveram que ser adiados por conta da pandemia. 
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"Eu consegui remarcar 99% dos meus clientes. Só tinha duas festas que eu não tinha mais a data disponível. Todas as datas foram remanejadas. É um sentimento muito difícil. A pandemia é uma situação muito maior do que a gente imaginava. Eu compartilho deste sentimento com as minhas noivas", conta Alessandra.
Ela aposta em comemorações diferentes daqui para frente: "Vão ter festas diferentes, formatos diferentes vão surgir, com festas menores. Acredito que será liberado um número pequeno de pessoas, a princípio", diz ela, certa de que o momento em família deve ser a 'comemoração' da vez: "Se a gente estiver em casa com saúde, tendo comida, já é o bastante para agradecer. E tentar ajudar todos os que precisam. Este é o momento de solidariedade". 
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