
Além dos materiais íntimos, foram implantados no Largo da Carioca chuveiros e pias, para que as mulheres possam controlar a higiene em tempos de pandemia. Léo conta que a ideia da ação é manter a dignidade em tempos difíceis.
“São mulheres que engravidaram pela violência sexual, que tiveram os filhos nas ruas. Essa ação é para mostrar que elas não estão só. Muitas têm a guarda dos filhos negadas. Agora, ainda precisam enfrentar a pandemia. Abrigos não as recebem porque têm medo de que elas levem o vírus. A situação é difícil, mas estamos fazendo essa ação para trazer dignidade”, afirma o escritor.
Para evitar que as famílias ficassem aglomeradas, voluntários ajudaram a organizar a fila com demarcação no chão. O próximo passo de Motta é se organizar para o inverno, quando boa parte das pessoas em situação de rua apresentam quadros de pneumonia e outros problemas respiratórios.
Apoiadas
Uma das mães que participou da ação foi Denise da Silva, de 25 anos. Com três filhos nascidos e esperando o quarto, a mulher conta que conseguiu um lugar para morar com o marido e a família na semana passada, mas que ainda precisa de doações para sobreviver. “Essas ações são importantes. As máscaras são boas, se elas chegam até nós, nós usamos”, diz denise.
Outra mãe que estava na distribuição era Caroline Vieira, de 27 anos. A jovem contou que, ao lado de dois filhos e do marido, alterna a rotina entre uma ocupação onde vive no Centro e as ruas do bairro. De acordo com ela, que vive de reciclagem, as lojas e galpões fecharam desde o início da pandemia, situação que a deixou sem qualquer tipo de renda. As ações como a feita por Léo Motta, segundo Caroline, tem ajudado.
“Como eu e meu esposo trabalhamos com garimpo, está bem difícil agora. A situação nos traz até aqui, é uma ação que ajuda muito. Eu frequento muito a rua, não tenho trabalho fixo e preciso dessas doações, de um almoço, um lanche para os meus filhos”, conta Caroline.