Covid-19: Zona Oeste já tem mais de 500 mortes
Região tem um terço dos óbitos do município
"Ele era muito festeiro, alegre, amava agregar. Adorava fazer churrasco, aquela bagunça na piscina, cervejinha gelada o dia todo. Era apaixonado pelo mar". Dessa maneira esposa, amigos e familiares do empresário José Correa Filho, morador de Campo Grande, que morreu no dia 26 de abril, vítima da covid-19, aos 60 anos, o enxergavam.
Vera Lucia Gonçalves de Oliveira Correa, de 60 anos, conta que ele começou a se sentir mal no dia 5 de abril, mas a impressão era de que não fosse nada sério. "Uma tossezinha, mas que já era crônica por conta dos remédios para controlar a pressão, e também uma febre não muito alta". Como a febre não baixava, foi levado ao hospital, quando se confirmou que estava com 75% dos pulmões comprometidos. Foi internado e não saiu mais.
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José entrou para uma triste estatística: a Zona Oeste concentra 36% dos óbitos da cidade. Já são 542 mortes e 2.499 casos confirmados (22% do total). "Ele não demonstrava medo, mas frisava que se pegasse o coronavírus não ia aguentar", comenta Vera, acrescentando que ele só saía para ir na empresa de transporte e distribuição de alimentos, três vezes por semana, e esteve uma vez em um supermercado e no caixa eletrônico.
"Não sabemos onde pode ter pegado. Ele usava máscara quando saía, andava com álcool em gel no carro, e, ao chegar em casa, deixava roupa e sapatos do lado de fora e já ia direto para o banho", completa a esposa, que também adoeceu e permaneceu nove dias debilitada, mas não fez o teste.