Operação interrompeu distribuição de cestas básicas na Cidade de Deus  - Reprodução
Operação interrompeu distribuição de cestas básicas na Cidade de Deus Reprodução
Por Luana Benedito e Thuany Dossares
Rio - Um jovem de 18 anos, identificado como João Victor Gomes da Rocha, foi morto na noite desta quarta-feira (20) durante uma ação policial na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. No momento da operação, voluntários do  Movimento Frente CDD distribuíam 200 cestas básicas para moradores da comunidade, na região conhecida como Pantanal.  
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Em vídeos que circulam em redes sociais, é possível ver diversos moradores com as mãos para o alto indo conversar com os agentes para ter informações sobre a vítima e falar sobre a ação. Em outro momento, um jovem faz um forte desabafo para outro amigo.
"A gente nasceu alvo. Eles são genocida e nós somos alvo do Estado, sempre foi assim. Nós é preto, mano (sic). Eles não tem que matar ninguém".

Populares contaram que João Victor estava indo comprar pipa, quando foi atingido por um disparo. Ele foi socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde chegou sem identificação e só teve seu corpo reconhecido por familiares momentos depois.

A Polícia Militar informou que os agentes do 18º BPM foram até a Cidade de Deus, junto com policiais da 41ª DP para checar denúncias sobre tráfico de drogas. "Durante a entrada das equipes, os criminosos atiraram e houve confronto. Um homem foi atingido e socorrido ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Uma pistola foi apreendida no local", diz a nota da corporação. 
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Nas redes sociais, os voluntários do Movimento Frente Cidade de Deus, mobilização de moradores  e coletivos no combate ao coronavírus na comunidade, relataram a violência da ação da Polícia Militar. 
"APONTARAM ARMAS PARA NÓS ENQUANTO TENTÁVAMOS ENTRAR NO CARRO. Somos todos da Cidade de Deus, na @frentecdd, educadores, trabalhadores locais, artistas. Estávamos NUMA AÇÃO entregando 200 cestas básicas para as famílias da região PANTANAL. DISSERAM QUE IAM CUIDAR DE NÓS", escreveu. 
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"Disseram que quem não quisesse ser baleado que saísse com uma bíblia na mão. Nós estávamos com COMIDA na mão. Isso não pode continuar", completou o integrante. 
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João Pedro, de 14 anos, foi morto no quintal de casa em São Gonçalo
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Foram 17 horas de procura e aflição, até a família do estudante João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, descobrir o seu paradeiro, na manhã de terça-feira. Ele estava morto, no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. O adolescente ficou desaparecido após ser baleado dentro de casa e socorrido pelo helicóptero da Polícia Civil, durante uma operação conjunta com a Polícia Federal, no Complexo do Salgueiro, no mesmo município, na tarde de segunda-feira.

O corpo de João Pedro foi sepultado no final da tarde desta terça, no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo. Parentes contam, que o sonho dele era ser advogado. "Meu sobrinho teve o sonho interrompido. Era um menino estudioso, engraçado, muito divertido. Queremos justiça", desabafou Denise Roza, tia do adolescente.