Por Anderson Justino
Rio - O Ministério Público Estadual (MPRJ) e a Polícia Civil do Rio deflagraram, ontem, a operação ‘Assepsia’ para cumprir mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha criminosa acusada de usar a Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME) para lavagem de capital. De acordo com os órgãos, o bando aproveitou a situação de crise da pandemia da Covid-19 para obter vantagens na aquisição de insumos.

Investigações apontam contratos que giram em torno de R$ 300 mil, para compras de álcool gel e sabonete líquido que supostamente nunca foram entregues à prefeitura de Niterói.

Entre os investigados está o ex-presidente da Fundação de Educação Bruno Ribeiro. A justiça determinou o bloqueio das contas bancárias de dez investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, e mandou suspender pagamento de qualquer prestação supostamente devida pelo município às empresas denunciadas.

A Polícia Civil e o Ministério Público estiveram na sede da FME, mas não encontraram os produtos comprados. Durante as investigações foi identificado que empresa contratada não tinha autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercializar álcool em gel.

Logo após a operação a prefeitura de Niterói se manifestou dizendo que “a aquisição de 10 mil unidades de álcool em gel (500 ml) e 10 mil unidades de sabonete líquido (500 ml), no valor total de R$ 293.800,00, obedeceu rigorosamente à lei”. Ainda segundo a prefeitura, “Todo o material já foi entregue e está no almoxarifado da FME”.

"É importante destacar que a utilização de álcool em gel e sabonete líquido é essencial para proteger todos os profissionais de educação, sendo medida recomendada com ênfase pelas autoridades sanitárias. A distribuição terá caráter ostensivo, assim que as aulas presenciais regulares forem retomadas, quando as medidas de higienização deverão permanecer, por longo tempo, como estratégia de prevenção”.