Márcia Aguiar foi procurada em vários endereços no Rio e Minas - Arquivo Pessoal
Márcia Aguiar foi procurada em vários endereços no Rio e MinasArquivo Pessoal
Por iG
Rio - A esposa de Fabrício Queiroz, Márcia de Oliveira Aguiar, disse em uma troca de mensagens que só sairia do Rio caso estivesse com a prisão decretada, segundo investigação do Ministério Público estadual (MPRJ). O casal atuou no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando o filho do presidente Jair Bolsonaro era deputado estadual.

Márcia é considerada como foragida pela Justiça desde quinta-feira, dia em que Queiroz foi preso preventivamente em Atibaia, no interior de São Paulo. O ex-assessor estava em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, que atuou por anos como advogado da família Bolsonaro.

Tanto Queiroz quanto a esposa estão sendo investigados por suspeitas de participarem de um suposto esquema de "rachadinha" na Alerj, em que parte dos servidores devolvem os salários.

"Mais [sic] só se estivéssemos com prisão decretada. Sabe que isso será impossível né? Mais [sic] vamos aguarda [sic]", disse Márcia por mensagem às 11h58 do dia 24 de novembro de 2019, segundo relatório encaminhado pelo MPRJ à 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, que autorizou a operação.

LEIA MAISWassef acredita que Queiroz não vá fazer delação premiada

Por meio de mensagens, Queiroz perguntava a esposa sobre a possibilidade de ela deixar o Rio e seguir para São Paulo, onde o ex-assessor estava.

"Está na casa do anjo?", perguntou Márcia. "Estamos", disse Queiroz. "Ele falou alguma coisa?", perguntou. "Querendo mandar para [sic] todos para São Paulo se agente [sic] não ganhar. Aquela conversa de sempre".

Márcia considerou como "exagero" em um primeiro momento morar em São Paulo. "Não vamos entrar no mérito agora", disse Queiroz, em resposta à esposa.

LEIA MAISPrisão de Queiroz servirá de base para primeira denúncia contra investigados

Na sequência, Márcia disse que só consideraria a possibilidade caso tivesse prisão decretada.

As investigações apontam que o casal estaria recebendo instruções de alguém identificado como "anjo", apelido a Wassef. Mas em entrevista concedida para CNN e Folha de São Paulo, o advogado negou que escondeu Queiroz em seu imóvel e chegou a dizer que não é o "anjo".