Leonardo Magalhães Gomes da Silva, o Capitão Léo - Arquivo Pessoal
Leonardo Magalhães Gomes da Silva, o Capitão LéoArquivo Pessoal
Por O Dia
Rio - Investigações do Ministério Público estadual (MPRJ) apontam que o PM Leonardo Magalhães Gomes da Silva, conhecido o Capitão Léo, teria pago R$ 6 mil de propina a outros militares para que um comparsa não fosse preso durante uma abordagem policial. O oficial é tido como o líder da milícia que age em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, contra quem o MPRJ e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) fazem uma operação nesta quinta-feira.
De acordo com a CNN Brasil, o Ministério Público obteve provas de que policiais militares tinham ciência dos crimes cometidos pelo grupo paramilitar comandado pelo Capitão Léo. No entanto, ao invés de repreenderem as ações da quadrilha, eles "iam conversar com os integrantes do grupo".
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Diante das informações, o MPRJ concluiu que há PMs pagos para que os crimes sejam cometidos pelo bando. Por isso, o Capitão Léo e outros 15 integrantes da quadrilha, alvos da ação de hoje, foram indiciados por corrupção ativa. Além disso, eles também agem através de agiotagem, extorsão, tráfico de drogas e de armas, homicídios e grilagem de terras.
O braço-direito do oficial, o cabo Fernando Mendes Alves, o Biro, foi preso na operação desta quinta. O cabo, que é lotado no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), mas desde julho do ano passado trabalha no Centro Presente, também é apontado como uma das lideranças da quadrilha.
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Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça demonstraram que Biro é responsável por garantir a proteção dos comparsas, para que eles consigam praticar os crimes do bando, sem que fossem incomodados, inclusive intervindo em ações da Polícia Civil.
O cabo Fernando Mendes Alves foi um dos presos da operação - Reprodução / Facebook
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NARCOMILICIANOS
A milícia de Vargem Grande se aliou a traficantes de drogas para ambos os grupos exercerem o domínio sobre moradores e comerciantes da região. Os milicianos são conhecidos na região por agirem com extrema violência e armados. A quadrilha tem uma hierarquia e cada um tem sua função, através de núcleos; são eles:
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1. Chefia: Capitão Léo e Biro
2. Gerência: três milicianos
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3. Operacional: todos os demais integrantes, exercendo tarefas como as de "vapor" e "olheiro", no tráfico de drogas
Também foi constatado que o grupo faz ações para a proteção de seus integrantes contra inimigos, agindo com violência, intimidação ou até mesmo com a execução dos seus rivais.
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MORTES
O bando é apontado como responsável pela morte de Marcus Vinícius Calixto, em 2018. Marcus teria sido assassinado por se opor aos interesses dos milicianos.
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A quadrilha também é investigada pelo envolvimento na chacina que deixou quatro mortos e dois feridos na Rua Manhuaçu, em Vargem Grande, no último dia 7 de junho. Na ocasião, criminosos em uma moto atiraram contra as vítimas.