Em todo o Estado do Rio, há cerca de 40 mil funcionários em atuação. A greve foi decidida por todos os sindicatos  - Reprodução internet
Em todo o Estado do Rio, há cerca de 40 mil funcionários em atuação. A greve foi decidida por todos os sindicatos Reprodução internet
Por Marina Cardoso
Rio - Vigilantes de todo o Estado do Rio iniciam a partir da próxima segunda-feira, dia 20, greve por tempo indeterminado. A categoria decidiu paralisar os serviços depois de assembleia realizada durante quatro dias em todos os sindicatos do estado. Eles recusaram a proposta patronal e decidiram decretar greve. Com a campanha "Não é só por reajuste. É por dignidade", os trabalhadores reivindicam reajuste do piso salarial e no ticket refeição e questionam a falta de convenção coletiva de trabalho. No Estado do Rio, são cerca de 40 mil funcionários atuando na área, enquanto na capital são aproximadamente 25 mil trabalhadores.
Para a categoria, a paralisação é fruto do descaso das empresas de segurança com as reivindicações da categoria, que se manteve na linha de frente desde o momento do início da pandemia, e que foi considerada essencial por decretos federal e estadual. "Querem nos retirar direitos e congelar nossos salários. Também temos lidado com a demissão em massa sob alegação do fator econômico causado pela pandemia, mas não querem pagar o que é devido e nosso setor desrespeita as MPs", indica o presidente do sindicato do Rio, Antônios Carlos de Oliveira.
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Com essa decisão, agências bancárias, shoppings, prédios, tanto empresariais e residenciais, fábricas, universidades, órgãos públicos, hospitais, entre outros locais serão afetados pela paralisação. Entre as unidades de saúde que terão a redução de vigilantes estão os hospitais Municipal Souza Aguiar, Miguel Couto, Salgado Filho, Rocha Faria, Lourenço Jorge, Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Hospital Geral de Bonsucesso, um dos hospitais referência para o tratamento de pacientes com coronavírus (covid-19).
Porém, a categoria não poderá contar com um número elevado de trabalhadores para iniciar a greve a partir de segunda-feira. Isto porque nesta semana o Sindicato das Empresas de Segurança do Rio (Sindesp-RJ) para tentar frear a greve conseguir uma liminar obrigando os sindicatos de vigilantes a manter um efetivo mínimo de 70% nos postos de serviço. No caso das agências bancárias, o mínimo deverá ser de dois vigilantes. 
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"A decisão não impede a greve, mas acaba nos enfraquecendo, mas vamos respeitá-la. Mas, é quase como se não pudéssemos fazer a greve. Ninguém lembra dos direitos dos vigilantes. Nossa categoria está precarizada há anos, trabalhamos com armamento obsoleto. Fomos esquecidos pelo governo. A greve não é só pelo reajuste, mas pela dignidade do nosso trabalho", afirma o presidente do sindicato.  
O sindicato também ressalta que o trabalho tem sido redobrado no período da pandemia. Eles adquiriram outras funções com a pandemia, como medição de temperatura, medida estabelecida em decretos para conter a infecção causada pela covid-19. "Vivemos esse dilema, pois precisamos trabalhar, mas aumentou o nosso risco e trabalho. Nosso trabalho na Caixa Econômica Federal, por exemplo, está garantido, mas temos vivido esse caos todo e ainda assim sendo desprezados", explica Antônio Carlos. 
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