Profissionais prejudicados estão reivindicando o pagamento dos salários, benefícios e rescisões - Daniel Castelo Branco
Profissionais prejudicados estão reivindicando o pagamento dos salários, benefícios e rescisõesDaniel Castelo Branco
Por Marina Cardoso

Rio - Diante dos salários atrasados que chegam há quatro meses, os enfermeiros e técnicos de enfermagem contratados por Organizações Sociais de Saúde que atuam em unidades da rede estadual de saúde entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Em assembleia realizada no dia 20, eles decidiram pela paralisação. Um ato está previsto em frente à sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES) às 10h, na Rua México, no Centro do Rio. No total, são 8 mil funcionários prejudicados.

Em acordo com a lei, 50% do efetivo continuará nos postos de trabalho. Além do salário que não está em dia, eles reivindicam pagamento de férias atrasadas, regularização de vale-transporte e vale-refeição, verbas rescisórias, manutenção dos vínculos trabalhistas pela CLT e piso estadual. Após a quinta audiência no Tribunal Regional do Trabalho com representantes de todas as áreas da saúde, os enfermeiros e técnicos decidiram pela greve, pois não chegaram a um acordo. 

"A pasta tem o dinheiro, eles não negam. O que acontece é que os contratos com as Oss estão vencidos e ninguém quer se responsabilizar por esses profissionais", afirma o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Rio de Janeiro (Satemrj), Luciano Pinheiro. 

De acordo com a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio, Mônica Armada, explica que como os contratos estão irregulares poderia ocorrer improbidade administrativa. "Há essa questão, mas não é justificativa para pessoas que estão há quatro meses sem receber. Não se chegou a um acordo, por isso chegamos a um ponto de não termos alternativa. É cruel o que estão fazendo. Queremos que a sociedade saiba que não é a gente que está entrando em greve, mas a SES e o governo de Wilson Witzel", afirma ela.

Entre as unidades que enfrentam esses problemas com os funcionários está Hospital Adão Pereira Nunes, Hospital de Anchieta, Hospital da Mulher Heloneida Studart e hospitais de campanha.

Para João Carlos Leite, 33 anos, há 10 anos na área e que atuou no Hospital de Campanha do Maracanã, a situação está difícil. "Muito complicado, pois estou cheio de contas atrasadas. É um descaso com a gente". 

Em nota, a SES afirmou que pagará salários diretamente na conta dos funcionários dos hospitais de campanha do Maracanã e São Gonçalo, sem passar pela Iabas. Serão liberados R$ 6 milhões para quitação da folha de junho, mas não deu prazo de uma data. A verba será repassada por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), do TRT. Já os trabalhadores do Samu devem receber até sexta-feira o valor referente a um mês de trabalho. 

A Iabas rebateu a nota, afirmando que a “folha salarial dos contratados pelo instituto é de R$ 8.990.778,39, sem contar os médicos contratados por empresa terceirizada. A nota da SES demonstra que continua batendo cabeça”.

Nesta quinta-feira, às 19h, os médicos em estado de greve decidem em assembleia se aderem também a greve da rede estadual.

 

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