Segundo uma das vítimas, Roberto de Paula fazia chantagens e tratava funcionárias como 'namoradas' - Reprodução
Segundo uma das vítimas, Roberto de Paula fazia chantagens e tratava funcionárias como 'namoradas'Reprodução
Por Letícia Moura*

Após três funcionárias denunciarem, no início deste mês, o ex-subsecretário de Bem Estar Animal (Subem), Roberto de Paula, por assédio sexual, uma delas foi exonerada da subpasta ontem. O motivo? "Cada hora eles falam uma coisa. Agora (ontem), eles falaram que foi porque eu tinha muitas faltas, mas eu nunca faltei. É só pegar a minha folha de ponto para ver que não tem nenhuma falta", esclareceu a ex-funcionária, que preferiu não se identificar. Segundo ela, na última quarta-feira, quando foi avisada que seria desligada do cargo, alegaram que a exoneração foi motivada por denúncias feitas por meio da ouvidoria da prefeitura, via número 1746, com reclamações sobre o trabalho dela. "As reclamações só começaram agora, coincidência, né?", questionou. 

Em nota, a Subem deu outra versão para justificar a demissão. "O subsecretário Fábio Souza deixa claro que é contra qualquer tipo de abuso e as investigações e punições cabem às autoridades policiais e à Justiça. Com relação às exonerações, desde que assumiu, o subsecretário vem realizando eventuais trocas no quadro de funcionários, priorizando o atendimento ao público".

De acordo com a ex-funcionária da Subem, o assédio começou em dezembro de 2018, e o ex-subsecretário convidava funcionárias para sair, punindo as que se recusavam.

"Parece que estou sendo punida pela segunda vez, porque já sofri durante todo esse tempo. E quando tive coragem para denunciar, acontece isso. Sempre passou pela minha cabeça que pudesse ser exonerada, mas, por mais que pense isso, você não acredita que possa acontecer. É muita injustiça", desabafa.

Conforme informações da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) Centro, "todos os envolvidos já foram ouvidos na especializada. Os dois casos foram encaminhados para apreciação do Juizado Especial Criminal (Jecrim)". No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) disse que "ainda não há nenhuma decisão".

No início deste mês, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella decidiu exonerar Roberto de Paula, poucos dias depois das denúncias de assédio.

*Estagiária sob supervisão de Luana Dandara 

Você pode gostar
Comentários