Ontem, horas antes da sessão que deu prosseguimento ao processo de impeachment de Wilson Witzel, profissionais da Saúde protestaram nas escadarias da Alerj. Eram dois grupos: do Samu e dos agentes que atuam nos hospitais e institutos federais do Rio. Eles já estavam em atuação no serviço de emergência e nas unidades, mas não foram reaproveitados nos novos editais de contratação temporária, lançados pelo estado e governo federal. Eles alegam fraude nos processos seletivos.
A Fundação Saúde, empresa pública vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES), assumiu a gestão do Samu, no último sábado, como parte da estratégia do governo de substituição gradual das organizações sociais na gestão dos serviços médicos. No último dia 2, a fundação lançou um edital com 470 vagas para a contratação de enfermeiros e técnicos de enfermagem socorristas para o Samu, serviço que era gerido pela OS OZZ.
Segundo a diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio (SindEnfRJ), Alessandra Aguiar, nenhum dos antigos agentes foi reaproveitado no novo edital. Ela afirma que houve fraude:
"Pessoas com nota 3 ou 4 passaram na frente de outros que tiraram nota 8. O secretário de Saúde (Alex Bousquet) não cumpriu com a promessa de reaproveitar o pessoal que já estava em atuação no Samu", afirma Alessandra.
Também diretora do SindEnfRJ, Líbia Bellusci chama atenção para a diminuição do efetivo de profissionais, já que o edital prevê 470 vagas e havia cerca 1.400 em atividade. Em relação aos equipamentos, ela afirma que houve corte de 30 ambulâncias e 30 motolâncias do Samu.
"Além disso, os condutores das ambulâncias estão sendo contratados por meio de outras duas empresas privadas. Ou seja, é a mesma lógica das OSs que o governo diz estar eliminando. Temos receio de que a lavagem de dinheiro e a corrupção continuem", diz Líbia.