A medicina paliativa pode proporcionar qualidade de vida a pacientes com doenças incuráveis - Divulgação
A medicina paliativa pode proporcionar qualidade de vida a pacientes com doenças incuráveisDivulgação
Por Maria Clara Matturo*

Quando se tem alguma doença degenerativa, um cuidado especial pode representar a esperança. Buscando o bem-estar e a qualidade de vida de pacientes com doenças ditas mais sérias, a medicina paliativa vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Apesar do método ainda ser pouco conhecido, a área ganhou espaço também por outro mal comum que cresceu com a pandemia: as dores em diversas partes do corpo.

"A medicina paliativa tem como diferencial uma atenção ao paciente que tem uma doença que ameaça a vida e não tem uma cura prevista, aparece como um método de atendimento aos pacientes que têm esse tipo de diagnóstico, e a seus familiares, com objetivo de melhorar a qualidade de vida desse ciclo. Não vemos só a questão física, outras esferas do ser humano também são contempladas, como a saúde mental e espiritual", explicou a médica Jeane Juver.

Com a chegada da pandemia, o isolamento social e toda a pressão psicológica envolvida, muitas pessoas acabaram desenvolvendo dores que muitas vezes não têm relação com o vírus, como explica a médica.

"A dor merece destaque por ser um dos principais motivos de busca aos serviços de saúde ao redor do mundo, e por estar frequentemente associada ao sofrimento. A solidão, ansiedade e medo da pandemia provocaram muitas dores nas pessoas, algumas provenientes de outros males além da covid. A dor pode afetar o equilíbrio fisiológico, capacidade funcional, emocional, espiritual e social das pessoas."

ATENDIMENTO SOCIAL

Visando aliviar esse sofrimento, e fazer a sua parte, Jeane vem oferecendo gratuitamente tratamento de medicina paliativa para pacientes com câncer, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.

"O cuidado paliativo é uma paixão, é gratificante quando você consegue auxiliar um paciente, mesmo num momento difícil, para experimentar momentos mais tranquilos e com menos sintomas, e assim poder aproveitar seu convívio familiar e social. Dessa forma, o trabalho com pacientes com câncer sempre me atraiu muito, o que me motivou ao trabalho solidário é que realmente muitos pacientes não têm acesso a essa visão da medicina", afirmou a médica.

Aqueles que tiverem interesse em participar do programa de apoio da doutora Jeane, devem entrar em contato pelos telefones 3117-1757 e 2462-5054.

"Cada dia é um dia de ter gratidão"
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A professora aposentada Luíza de Marilac, moradora da Ilha do Governador, descobriu um câncer de pulmão há três anos. Ela iniciou o tratamento com a quimioterapia oral e, depois, com a venosa. Quando veio o isolamento social, a professora já estava marcada para fazer sua sessão de quimioterapia e não adiou.
"Sou uma mulher corajosa e forte. Saí para me vacinar e fazer a quimio", explica.
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"O que aprendi até agora é que o mais importante é buscar o equilíbrio físico e mental. Sou uma mulher alegre aos 72 anos, faço academia, sou alto astral e só sinto falta de ter minha independência, estar com os amigos, por exemplo", conta.
Por enquanto, os cuidados com o vírus têm que ser seguidos à risca - e nunca parar de lutar. "Temos que fazer nossa parte. Cada dia é um degrau, é um dia de gratidão que estamos vivendo e vencendo."
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