Manutenção na tubulação da Cedae alaga Estrada do Mendanha - Ricardo Cassiano
Manutenção na tubulação da Cedae alaga Estrada do MendanhaRicardo Cassiano
Por Letícia Moura*

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), desembargador Cláudio de Mello Tavares, decidiu manter a suspensão da liminar que determinou, em março, a Cedae a dar desconto de 25% na conta dos consumidores, por causa da má qualidade da água. Na época, a Defensoria Pública havia recorrido junto com o Ministério Público (MPRJ). Este último entrou com agravo interno para o órgão especial reanalisar a decisão do presidente do TJ. Segundo a defensoria, a Estação de Guandu, onde houve o problema da geosmina, abastece cerca de nove milhões de pessoas.

Na ocasião, o presidente do TJ-RJ explicou que a manutenção da liminar ocasionaria "forte queda na arrecadação da concessionária por período significativo de tempo, colocando em risco o abastecimento de água, o tratamento de esgoto na Região Metropolitana do Rio e a própria subsistência da empresa, ressaltando ainda uma dificuldade adicional no momento: o combate ao coronavírus, prioridade do Estado do Rio".

Na manhã de ontem, o MPRJ deflagrou uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão na sede da Cedae, no Centro, e na Estação de Tratamento do Guandu (ETA-Guandu), em Nova Iguaçu. As medidas cautelares, deferidas pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Nova Iguaçu, buscam obter documentos que, "embora já tivessem sido requisitados à companhia em duas oportunidades, não foram entregues", apontou o MP.

As diligências foram para instruir investigação conduzida pelo GAEMA/MPRJ para apurar a prática do crime contra as relações de consumo, no contexto da crise na distribuição da água potável produzida pela Cedae.

Em nota, a companhia informou que "presta esclarecimentos e atende aos requerimentos de envio de documentos sempre que solicitada pelas autoridades. As duas diligências, na Estação do Guandu e na sede da Cedae poderiam ter sido evitadas, já que em 15 de setembro foi dado companhia, nos autos do inquérito 933-00026/2020, o prazo de dez dias, ainda não terminado, para apresentar os documentos", comunicou.

Água com cheiro podre e amarelada
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No dia 20 de dezembro de 2019, moradores de diversos bairros do Rio e da Região Metropolitana relataram que a água que estavam consumindo em suas casas continha cheiro podre, com cor barrenta ou amarelada. Alguns dias depois das reclamações, a Cedae informou que técnicos detectaram a presença da substância geosmina em diversas amostras.

Na manhã de ontem, a Estrada do Mendanha, na altura do número 4.500, em Campo Grande, na Zona Oeste, ficou totalmente alagada depois que a Cedae realizou uma descarga da rede (retira água da tubulação) para realizar manutenção no sistema, segundo informou a companhia, em nota. Ainda conforme a empresa, não houve vazamento em rede no local.
*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro
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