Operação faz buscas e apreensões para identificar obras inéditas do cantor e compositor - Divulgação
Operação faz buscas e apreensões para identificar obras inéditas do cantor e compositorDivulgação
Por Carolina Freitas
Rio - O delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial (DRCPIM), Mauricio Demetrio, que investiga o caso sobre um estúdio de gravação em Botafogo, na Zona Sul, que estaria ocultando músicas inéditas do falecido cantor Renato Russo, disse em entrevista ao repórter fotográfico Luciano Belford, do DIA, na tarde desta segunda-feira na Cidade da Polícia, que o andamento das investigações deve acabar em 15 ou 20 dias. Assista ao vídeo:
"O mapa da mina a gente já achou. Agora nós vamos ver se os detentores dos direitos autorais das músicas têm tudo em catálogo. Veremos se eles reconhecem o material que foi apreendido. Também saberemos se esse material foi negociado em vida com o Renato Russo e a gravadora. As versões de músicas inéditas existem, agora temos que saber o que o detentor do direito tem conhecimento ou não. Essa investigação vai chegar ao fim em 15 ou 20 dias e o público vai tomar conhecimento", disse Demetrio. 
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Rio de Janeiro 26/10/2020 - O advogado Mauro TSE deixando a A Delegacia de Repressão contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), após operação que compriu mandando em um estúdio na Zona Zul do Rio.  30 versões de músicas nunca lançadas oficialmente do cantor Renato Russo, morto em 1996. Durante a ação, foram apreendidos CDs, HDs e uma torre de computador. - Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 26/10/2020 - O advogado Mauro TSE deixando a A Delegacia de Repressão contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), após operação que compriu mandando em um estúdio na Zona Zul do Rio. 30 versões de músicas nunca lançadas oficialmente do cantor Renato Russo, morto em 1996. Durante a ação, foram apreendidos CDs, HDs e uma torre de computador.Luciano Belford/Agencia O Dia
Maurício afirmou ainda que primeiramente precisará ouvir Giuliano Manfredini, o filho de Renato, para depois ver se irá atrás da gravadora para contar sua versão.
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Ao ser perguntado como o delegado saberá se o herdeiro de Renato tinha direito ou não as canções apreendidas nesta segunda-feira, Maurício respondeu que o Giuliano tem um catálogo de tudo que ele licencia a pessoa a gravar ou não.

"Ele [filho de Renato] e os advogados têm o controle disso tudo. Ele sabe o que está com ele e o que não está. Estamos esperando os representantes dele para sanarmos todas as dúvidas. A gente vai confrontar o que nós achamos para ver se ele tem posse ou não", afirmou o delegado. 
Já o advogado do dono do estúdio, Mauro Tse, que foi representá-lo nesta tarde, informou que primeiramente precisa entender o que está acontecendo para poder falar sobre o caso. "Enquanto eu não tiver acesso aos autos, não tenho nada a declarar nesse momento", disse.
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Além disso, o advogado informou que seu cliente irá prestar depoimento na próxima quinta-feira (29), às 11h da manhã. 
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Entenda a investigação
Na manhã desta segunda-feira, policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) apreenderam um relatório que informa sobre a existência de pelo menos 30 músicas inéditas gravadas pelo cantor e compositor Renato Russo. O material foi coletado pela DRCPIM na segunda etapa da Operação "Será?", que cumpre mandatos de buscas e apreensões visando identificar e localizar possíveis obras inéditas do artista falecido em 1996.
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A ação é resultado de um ano de investigações que apontam que o proprietário de um estúdio de gravação do Rio de Janeiro estaria, supostamente, ocultando músicas inéditas do artista. Esse estúdio foi usado por Renato Russo em seus últimos anos de vida.
As investigações tiveram início após a denúncia do filho do artista, Giuliano Manfredini, detentor dos direitos autorais do cantor.
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Segundo a advogada especialista em direito autoral da Fradema Consultores Tributários, Yasmin Arrighi, o direito do autor são transferíveis ao legítimo herdeiro, que vem junto com o direito patrimonial, isto é, o direito de comercializar, fruir e disponibilizar essa criação. Sendo assim, a advogada confirma que cabe ao filho Giuliano Manfredini denunciar e promover a busca e apreensão pela possíveis músicas inéditas do pai.