Incendio no Hospital Federal de Bonsucesso. Bombeiros cerrando o teto do local.  - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Incendio no Hospital Federal de Bonsucesso. Bombeiros cerrando o teto do local. Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por Natasha Amaral
Rio - O médico clínico Júlio Noronha, diretor do corpo clínico do HFB, contou que desde a fundação, em 1948, o hospital nunca tinha feito uma reforma ou manutenção na rede elétrica.
"O problema se agravou nos últimos anos. Desde 2005 tínhamos um problema na sub-estação da Light. Nós últimos 70 anos, estávamos sem nenhuma manutenção da parte elétrica e gerador. A coisa dantesca e marcante, foi o relatório da Defensoria que disse que estávamos sentados em um barril de pólvora, pois os transformadores poderiam explodir. Naquela época, o Paulo Cotrim, mandou um relatório para o Ministério da Saúde pedindo a reforma e a modernização da parte do subsolo e da parte elétrica".
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Questionado, o médico contou que já era previsto uma tragédia no local. "Já era esperado. Só não sabíamos que seria tão rápido assim. A questão do Ministério da Saúde saber o que estava acontecendo e não fazer nada causou uma grande revolta. Muita revolta. Não imaginávamos que seria agora. Fiquei chateado e triste".
Tragédia anunciada
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O risco de um incêndio de grandes proporções no Hospital Federal de Bonsucesso havia sido alertado pela Defensoria Pública da União (DPU). Em setembro do ano passado, o órgão pediu que a direção do hospital desse explicações sobre a estrutura de combate de incêndio na unidade. 
Na ocasião, o defensor publico Daniel Macedo explicou que um acidente naquele hospital poderia ter 'consequências catastróficas', por conta do número de pessoas que circulam diariamente na unidade.
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Em abril do ano passado, uma equipe de engenheiros elaborou o relatório, por conta de uma iniciativa do Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde.
O documento elaborado por eles deixava claro a situação caótica do hospital. O sistema de combate a incêndio foi apontado como precário. Também foi verificado a falta de um plano de combate a incêndio, aprovado pelo Corpo de Bombeiro. Não foi encontrado sistema de detecção de fumaça e sprinklers, componentes que soltam água em caso de incêndio, combatendo as chamas imediatamente.
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Procurado pelo DIA, o Ministério da Saúde informou que determinou a abertura de sindicância para apurar as causas que levaram ao incêndio. "A prioridade, no momento, é garantir o atendimento em segurança da população, uma vez que as consultas e exames laboratoriais no complexo estão temporariamente suspensos. Para isso, a pasta disponibilizará toda a estrutura de saúde da rede federal do Rio de Janeiro, de forma que não haja prejuízo na assistência", disse.