Cirurgias eletivas serão suspensas a partir do dia 7 de dezembro na rede SUS - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Cirurgias eletivas serão suspensas a partir do dia 7 de dezembro na rede SUSMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Por Karen Rodrigues*
Rio - Após a Prefeitura do Rio anunciar a última etapa do processo de flexibilização, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para a covid-19 voltou a subir nos últimos dias na cidade do Rio. A Secretaria Municipal de Saúde informou que o aumento desta taxa tem relação com a redução dos leitos de UTI do Hospital Federal de Bonsucesso, que sofreu um incêndio há mais de uma semana.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde, nesta quinta-feira, há 465 pacientes internados, sendo 221 em UTI, nas unidades da rede municipal. A rede SUS na capital tem 792 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 391 em UTI. A taxa de ocupação de leitos de UTI pelo novo coronavírus no SUS é de 82%.
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Há uma semana, o número de pacientes hospitalizados na rede municipal era de 425, sendo 198 na UTI. No mês passado, o número de internação nos leitos de UTI pela covid-19 era de 206 pacientes.
A menor taxa de ocupação de leitos de enfermaria e UTI dedicados a casos da covid-19 foi em 1º abril. Neste dia, 57% dos leitos de UTI e 28% dos leitos de enfermaria estavam ocupados.
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Segundo a pasta, o número de leitos especializados na rede é maior do que a demanda por internações para tratamento da doença e que não há fila de espera, pois há leitos para todos os pacientes inseridos no sistema de regulação. A rede municipal possui 881 leitos para covid-19, sendo, 251 leitos de UTI.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a rede municipal está realizando atualmente a maioria absoluta dos atendimentos de covid-19, visto que hospitais do estado e da iniciativa privada fecharam leitos dedicados ao tratamento da doença.
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A pasta disse ainda que serão abertos mais 30 leitos de UTI no Hospital Ronaldo Gazolla, a partir da semana que vem, usando o Recursos Humano do Hospital Federal de Bonsucesso, contratado pela empresa municipal de saúde, o RioSaúde.
A pandemia não acabou
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Segundo a pesquisadora em saúde e membro do comitê de combate ao Coronavírus da UFRJ, Chrystina Barros, a covid-19 na cidade ainda não está sob controle e a transmissão continua ativa.
"Ainda estamos numa franca epidemia. Então, nós temos sim observado um maior número de internações, tanto em hospitais públicos ou privados, ao mesmo tempo com pessoas que têm menos comorbidades, principalmente, pessoas mais novas se expondo mais, por isso elas precisam de assistência, mas não tão grave quanto outras pessoas que têm obesidade ou outros fatores de risco", afirma a especialista.
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A pesquisadora disse ao DIA que hoje a medicina consegue cuidar melhor das pessoas e, por isso, há um número menor de óbitos. No entanto, ela lembra que a doença ainda se dissemina sem controle.
"No Grupo Técnico de Enfrentamento ao Covid-19 da UFRJ, nós publicamos semanalmente os dados do ‘Covidímetro’ que mostra o R, que é exatamente a taxa de transmissão, e ele nunca esteve menor que um. Na nossa última apuração, falando de Rio de Janeiro, nós temos uma taxa de transmissão de 1,13. O que isso significa? Que cada 100 pessoas transmite a doença para outras 113", explica Chrystina.
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A pesquisadora lembra dos cuidados que ainda devem ser seguidos para controlar a disseminação da doença e evitar risco de contaminação, como o distanciamento social, o uso de máscaras e lavar as mãos.
"É muito importante entender que hoje esse risco pode representar pagar com a vida, por isso é fundamental que os comportamentos sejam adequados, com o respeito que a doença e o vírus merecem", acrescenta.
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Casos de covid-19 no Rio
De acordo com dados do Painel Rio Covid-19, nesta quinta-feira, a cidade registrou 606 casos confirmados pela doença e 71 óbitos. Até o momento, no total, são 120.432 casos confirmados, sendo 106.701 recuperados, e 12.219 óbitos. 
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*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro