Comissão propõe Carnaval 2021 online e auxílio emergencial para agremiações e trabalhadores do setor
Relatório final, aprovado na audiência, será encaminhado aos órgãos públicos para que as propostas sejam implementadas
Por O Dia
Rio - A Comissão Especial do Carnaval, da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, realizou, nesta sexta-feira, uma audiência pública virtual com a participação de representantes de escolas de samba, de blocos carnavalescos, da Fiocruz e da UFRJ para definir um plano emergencial para festa em 2021. Algumas ideias foram citadas na sessão como o carnaval online, concurso do Rei Momo e Rainha do Carnaval online, auxílio emergencial e até uma nova data para o evento no ano que vem. O relatório final, aprovado na sessão, será encaminhado aos órgãos públicos para que as propostas sejam implementadas.
Na audiência, além das propostas apresentadas para o Carnaval 2021, também foi ressaltada a importância da festa como um evento econômico e cultural para a cidade do Rio de Janeiro, sendo uma das maiores festas do Brasil, que atrai milhares de turistas anualmente. Também foram pontuadas críticas ao governo do prefeito Marcelo Crivella, pelo descaso com o carnaval, e ausência da Riotur na sessão.
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Segundo o presidente da comissão, Tarcísio Motta (PSOL), é preciso definir políticas que garantam a sobrevivência dos trabalhadores do carnaval e o futuro da festa. A Comissão propõe algumas ideias no plano emergencial:
- Proposta educativa sobre a importância do carnaval - Carnaval 2021 online: incentivar as lives de apresentação dos blocos de rua e escolas de samba - Concurso de Rei Momo e Rainha do Carnaval 2021 online - Sistema de subsídio econômico de R$ 100 mil para cada agremiação - Política de auxílio emergencial - Concurso para trabalhadores do carnaval
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A ideia de se criar um plano emergencial surgiu em audiência realizada em setembro. Na ocasião, Motta já havia proposto a elaboração de editais de premiação de expressões carnavalescas que contribuam para a sobrevivência das agremiações, das escolas de samba e dos trabalhadores e dos artistas do setor.
Parecer técnico e científico
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A Fiocruz e a UFRJ fizeram um parecer técnico e científico sobre o cenário de pandemia da covid-19 no Rio de Janeiro, para que assim fossem pensadas alternativas para um carnaval com segurança e responsabilidade.
Segundo o pneumologista Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública, vinculada à Fiocruz, está sendo preparado um documento orientador da covid-19 para os próximos meses e afirma que não será possível ter carnaval no ano que vem. O especialista ainda lembrou que o Rio já registra 10% de mortes sob o total de casos no município.
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"Com a flexibilização sem controle, a gente teme uma explosão. A pandemia não terminou, ela continua. Não tem como não ter aglomeração no carnaval", disse Hermano Castro.
Ele acrescentou que, provavelmente, entre janeiro e fevereiro, deve estar chegando vacina da covid-19 no Brasil para produção. De acordo com o pneumologista, em março, a Fiocruz deve começar a produção da vacina em parceria com a Universidade de Oxford. Ele acredita que, no meio do ano que vem, metade da população da cidade já esteja vacinada.
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Assim como o pneumologista, o infectologista Roberto Medronho, professor da Faculdade de Medicina e coordenador do Grupo Técnico Coronavírus da UFRJ, não concorda com a realização do evento em 2021. "Recomendo não termos carnaval devido às questões sanitárias", disse.
Ausência da Riotur
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A ausência da Riotur na audiência foi motivo de crítica e lamentação dos participantes pelo descaso que a Prefeitura do Rio está tendo com o carnaval.
Na audiência estiveram presente o carnavalesco Milton Cunha, representantes da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), Liga Coreto, Mangueira, Cordão do Bola Preta, Liga Sambare, Carnafolia, Sebastiana, Roberto Medronho da UFRJ, Hermano Castro da Fiocruz e da Subsecretaria de Vigilância e Fiscalização Sanitária (Subvisa).
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Em nota, a RioTur informou que "está aberta a ouvir as propostas (de fomento) e aguarda a formalização das mesmas para, então, analisar e encaminhar ao Prefeito e ao Comitê Científico". Confira a nota na íntegra:
"Em setembro, a Liesa se manifestou que, neste cenário da Covid-19 sem vacina, não seria possível manter o carnaval em fevereiro. Em outubro, representantes de blocos de rua anunciaram que também não desfilariam sem a vacina. Ambos os posicionamentos foram formalizados na Riotur.
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A decisão de não ter carnaval sem vacina é uma unanimidade entre todos os atores do evento, incluindo o GAESP (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público), que é o órgão parceiro da Riotur na gestão do carnaval de rua e que vem atuando em conjunto trazendo melhorias para a folia carioca.
Quanto aos projetos de fomento, a Riotur está aberta a ouvir as propostas e aguarda a formalização das mesmas para, então, analisar e encaminhar ao Prefeito e ao Comitê Científico".