Crivella é alvo de protesto após votar em escola municipal da Barra da Tijuca - Beatriz Perez/Agência O DIA
Crivella é alvo de protesto após votar em escola municipal da Barra da TijucaBeatriz Perez/Agência O DIA
Por Beatriz Perez
Rio - O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) foi hostilizado por eleitores antes e depois de votar na manhã deste domingo na Escola Municipal Sérgio Buarque de Holanda, na Barra da Tijuca. Dois eleitores gritaram "Fora Crivella", quando o prefeito se encaminhava para a urna. Um deles ironizou que gostaria de fazer uma cirurgia de catarata e perguntou se deveria 'falar com a Márcia', citando episódio de julho de 2018, no qual Crivella ofereceu facilidades a 250 pastores e líderes evangélicos, ao discursar no "Café da Comunhão", para realização de tratamento de catarata e no pagamento de IPTU de igrejas.
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"Seu Crivella, preciso fazer uma cirurgia no olho. A dona Márcia está aí, não? Preciso fazer a cirurgia e não sou da igreja. Pode fazer cirurgia, serviço público de saúde? A Prefeitura me dá esse direito ou só pra quem é da igreja?", protestou o eleitor.
Na chegada à zona eleitoral, Crivella também recebeu o cumprimento de duas senhoras. O prefeito comentou o episódio ao falar com jornalistas.
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"Quando eu subi tinha um rapaz bravo, dizendo que não ia votar, disse 'fora Crivella', mas encontrei uma senhora de 78 anos que disse 'Crivella, estou vindo aqui em homenagem a você, não sou obrigada a votar", relatou.
Crivella chegou ás 8h50 na Escola Municipal Sérgio Buarque de Holanda acompanhado da mulher Sylvia Jane e do filho Marcelo Hodge Crivella. O candidato à reeleição levou cerca de 10 minutos para realizar o voto. Crivella está com um machucado sobre a sobrancelha direita, mas não explicou o que provocou o ferimento. "Machuquei", limitou-se a dizer.
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O atual prefeito é o segundo colocado nas últimas pesquisas de intenção de voto, com 15% no Datafolha e 14% no Ibope. Crivella amarga a maior taxa de rejeição: 62%, segundo o Datafolha e 59%, de acordo com o Ibope, divulgados na noite de sábado.
Depois de votar, o prefeito Marcelo Crivella contestou a alta rejeição contra sua candidatura identificadas em pesquisas de intenção de voto. 
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"Quando as pesquisas dizem que um candidato tem 60% de rejeição é uma estratégia eleitoral, é uma estratégia política, porque 55% destes são nulos, ou de pessoas que não comparecem para votar. Matematicamente essas rejeições, que nunca vi nas ruas, são um artifício. A matemática permite isso. Está errado? Pode ser que não esteja, mas está longe de ser a verdade", declarou.
O prefeito rebateu as críticas contra seu governo atacando a TV Globo e ressaltando o apoio que recebe do presidente Jair Bolsonaro.

"Tem muita gente que diz que o Crivella é incompetente, que o Crivella não fez nada. Olha, o presidente da República mora em Brasília e vai votar no Crivella. Qual a diferença? A diferença é que o presidente não ouve a Globo", declarou aos jornalistas.

Questionado sobre a declaração de Bolsonaro, que durante uma live disse que Eduardo Paes foi um bom gestor, Crivella disse que o presidente deveria estar mal informado. "Ele chamou de bom gestor porque não tinha informação, né? Eu não estou dizendo que ele está vendo a Globo, mas isso de bom gestor é uma coisa que ele não fez", disse Crivella.


O prefeito agradeceu o apoio de Bolsonaro durante a campanha do primeiro turno. "O presidente foi de uma coragem gigantesca porque aqui (no Rio) temos outros candidatos, temos o Luiz Lima, do PSL, partido que apóia o presidente. Eu fico imensamente grato", declarou.