Sepultamento de Luiz Carlos da Silva, morto em acidente no Cais do Porto - Luciano Belford / Agência O Dia
Sepultamento de Luiz Carlos da Silva, morto em acidente no Cais do PortoLuciano Belford / Agência O Dia
Por Lucas Cardoso
Rio - O único sobrevivente do acidente do Cais do Porto, Eduardo Pontes participou, nesta sexta-feira (20), da despedida de um dos colegas, Luiz Carlos de Oliveira Silva, no cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste. Ambos trabalhavam juntos há quatro anos e Pontes disse que equipe já havia passado por situação parecida anteriormente. Assista ao vídeo
"O terreno é todo esburacado, sempre tínhamos que fazer manobra. Quando ele foi manobrar para esquerda e entrar a direita, ele passou por cima de um trilho e o carro derrapou em direção ao mar. Já tinha passado na minha mente que isso podia acontecer, então eu já estava com a mão na porta. A pressão da queda ajudou a abrir a porta. Dou glória a Deus por estar vivo, porque eu não sei nadar. Chegou a passar na minha cabeça de tentar ajudar, mas quando olhei pra trás o carro já estava praticamente afundado. Dei sorte de ter aparecido um anjo, que me viu e desceu uma madeira para me puxar. Eu sinto que meus amigos morreram de graça, porque a gente já estava sem receber direito, sem vale refeição, sem passagem", revela Pontes.  
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Ainda segundo o sobrevivente "um diretor entrou em contato comigo, me ofereceu ajuda psicológica, mas ainda não aceitei. A única ajuda foi que eles pagaram minha passagem pra vir aqui acompanhar a despedida. Fica o sentimento de revolta, que pelo menos agora eles consigam garantir um futuro bom para os filhos dos companheiros que não vão estar mais aí. É o mínimo", desabafa.
Vítima do acidente, Luiz Carlos morava com a família da esposa em Belford Roxo. Segundo os pais, o sonho dele era conseguir construir uma casa para a família em um terreno cedido pelos pais em Campo Grande, na Zona Oeste. Emocionada, a esposa de Luiz, Caroline da Silva, preferiu não falar com a imprensa. Ele deixou cinco filhos, quatro deles ainda crianças, desses o mais velho tem 10 anos. Além desses ele tinha um adolescente, de 17 anos. "Acabou com todo mundo. Ele deixou cinco filhos. Não tem nem como falar", disse o pai da vítima Sebastião de Oliveira Silva. Assista:
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Cerca de 50 pessoas acompanharam o cortejo do corpo, que foi enterrado às 15h. Outras duas vítimas foram enterradas hoje. O último sepultamento está marcado para amanhã, em Sulacap, na Zona Oeste. 
Acidente
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O acidente ocorreu na noite da última quarta-feira (18) e deixou quatro pessoas mortas, no Cais do Porto, na Zona Portuária do Rio. Um veículo que levava funcionários da empresa Pennant Serviços Marítimos e acabou caindo na Baía de Guanabara.

Testemunhas contaram que estava na troca de turno e o motorista tentava uma manobra, quando perdeu a direção do veículo. Eduardo Pontes era a quinta pessoa que estava no carro e foi o único sobrevivente. Ele pulou pouco antes que o carro batesse na água.