Manifestantes pedem demissão do CEO da Rede Carrefour no Brasil, Noel Prioux - Luciano Belford / Agência O DIA
Manifestantes pedem demissão do CEO da Rede Carrefour no Brasil, Noel PriouxLuciano Belford / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - Cerca de 30 manifestantes realizaram um protesto no Carrefour da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na tarde desta quarta-feira, após a morte de um homem negro, identificado como João Alberto Silveira Freitas, em uma unidade em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A principal reivindicação do ato, que aconteceu de forma pacífica, é a demissão do CEO da Rede Carrefour no Brasil, Noel Prioux. Policiais militares acompanharam o ato, que transcorreu sem incidentes até às 19h. A unidade foi fechada.
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Na última sexta-feira, cerca de 200 manifestantes também realizaram um ato na unidade. A reportagem do DIA, que esteve no local, acompanhou os protestos dentro e fora do mercado, onde ativistas carregaram faixas, cartazes e entoaram cânticos antirracismo e contra racistas. O ato também teve a presença de personalidades negras e brancas. Um dos momentos de tensão, mais ao fim da manifestação, transcorreu quando os presentes organizavam a saída do local junto a funcionários e clientes, para evitar represálias da Polícia Militar. Os PMs escoltaram o grupo para fora do estacionamento e a dispersão foi pacífica.
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A reportagem filmou o momento em que os presentes gritaram "racistas não passarão", enquanto carregavam cartazes com dizeres como "sem luta, sem paz", "Carrefour assassino" e outros frases contra o mercado e de cunho antirracista. O protesto consistiu em lotar carrinhos com produtos variados e bloquear os caixas. Uma cliente do supermercado chegou a ligar para a polícia por não conseguir passar as compras e foi aplaudida com ironia pelos protestantes.
Os seguranças do estabelecimento observaram a movimentação, antes da chegada dos policiais miliatares. Alguns manifestantes aproveitaram equipamentos de som à venda no mercado para repetir mensagem "não comprem, não colaborem com um mercado racista". Em um dado momento, os protestantes colocaram para tocar a música "Olho de Tigre", do rapper mineiro Djonga, conhecida canção antirracismo.
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Assassinato em Porto Alegre
João Alberto Silveira Freitas foi espancado e morto por dois homens brancos que integravam a equipe de segurança da unidade do Carrefour Passo D'areia, na capital gaúcha. Os suspeitos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante, sendo que um deles foi levado a um presídio militar por integrar a Brigada Militar do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil trata o caso como homicídio qualificado.
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Os vigias Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, foram flagrados pelas câmeras de segurança espancando João Alberto até a morte. Os dois tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles foram autuados em flagrante por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.