Prefeito afastado, Marcelo Crivella foi preso na terça-feira. Ele chegou a ser levado à Cidade da Polícia e, após exame no IML, seguiu para Benfica - Estefan Radovicz
Prefeito afastado, Marcelo Crivella foi preso na terça-feira. Ele chegou a ser levado à Cidade da Polícia e, após exame no IML, seguiu para BenficaEstefan Radovicz
Por O Dia
Rio - Os advogados de defesa do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), pediram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que seu cliente seja solto e responda em liberdade. O pedido de habeas corpus foi solicitado antes mesmo da audiência de custódia, que começou por volta de 16h20 desta terça-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Alberto Sampaio Júnior, um de seus defensores, alegou que "não há provas de que Crivella tenha ligação com algum crime
Nesta manhã, Crivella foi preso em operação do MPRJ e da Polícia Civil, em um desdobramento da investigação do suposto "QG da Propina" na Prefeitura do Rio. Ele é apontado como líder da organização criminosa. Além do prefeito, foram presos o empresário Rafael Alves, homem forte de Crivella e apontado como operador do esquema, o delegado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro de Crivella, Mauro Macedo, e os empresários Adenor Gonçalves e Cristiano Stockler, da área de seguros.
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Ao chegar à Cidade da Polícia, Crivella disse que é vítima de uma "perseguição política" e pediu "justiça". "É perseguição política. Lutei contra o pedágio ilegal, injusto. Tirei recurso do carnaval, negociei o VLT. Fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro", disse. Questionado sobre qual sua expectativa agora, o prefeito respondeu que espera justiça.
Investigação começou com delação premiada de doleiro
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A investigação teve como ponto de partida a delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na Operação Câmbio Desligo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense, realizada em maio de 2018. Veio dele a expressão QG da Propina para se referir ao esquema, que teria como operador Rafael Alves, homem forte da prefeitura apesar de não ter cargo oficial. Ele é irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves, exonerado do cargo em março de 2020 a pedido dele próprio. 
O suposto QG funcionaria assim, de acordo com o delator: empresas interessadas em trabalhar para o Executivo carioca entregavam cheques a Rafael, que faria a ponte com a prefeitura para encaminhar os contratos. O esquema também funcionaria no caso de empresas com as quais o município tinha dívidas - aqui, o operador mediaria o pagamento. As propinas seriam negociadas em uma sala na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, sede da Riotur.
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Investigação de promotores do Gaocrim (Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça) aponta que Alves, que não possui cargo na administração municipal, exigia que fosse consultado antes de mudanças de cargos. A influência dele também poderia ser vista em licitações e pagamentos a fornecedores.
 
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