Prefeito Eduardo Paes fez primeira reunião de trabalho na sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova - Reginaldo Pimenta
Prefeito Eduardo Paes fez primeira reunião de trabalho na sede da Prefeitura do Rio, na Cidade NovaReginaldo Pimenta
Por O Dia
Rio - Já no primeiro dia de trabalho depois de ser empossado, o prefeito Eduardo Paes (DEM) enfrentou desafios e problemas crônicos do Rio de Janeiro. Logo pela manhã, ele foi ao centro de Operações acompanhar os impactos causados pela chuva que atingiu a cidade, provocando alagamentos e deixando o município em alerta. A abertura de novos leitos para covid-19 esteve em pauta, assim como a interdição da Niemeyer e pagamentos dos servidores. Além disso, Paes teve uma série de reuniões no Centro Administrativo São Sebastião, no Centro do Rio, onde chegou por volta das 7h.

Depois de uma reunião com secretários, pela manhã, o prefeito foi a pé da sede da prefeitura até o Centro de Operações do Rio, na Cidade Nova. Atento aos estragos da chuva, ele alertou a população e comandou as ações para que problemas como alagamentos e quedas de árvore fossem resolvidos prontamente.
"A chuva foi muito forte e tem a possibilidade de mais chuva ao longo do dia. Estamos trabalhando para minimizar os impactos causados e problemas, mas não custa nada pedir a atenção de todos, principalmente nas comunidades. Respeitem as sirenes e se dirijam a locais seguros", pediu Paes.

Dentre as medidas e decretos que Eduardo Paes determinou estão a abertura de quatro investigações contra o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e um pacote econômico para recompor as contas da cidade, reduzir o déficit fiscal e criar condições para a retomada de investimentos.

Pagamento dos servidores é incerteza

No primeiro dia de despachos Eduardo Paes ainda não deu certeza a respeito do pagamento do décimo terceiro salário dos servidores do município. Segundo ele, não há dinheiro no caixa da prefeitura.

Despachando na sede, Paes afirmou que o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, ainda está "tomando pé" das finanças municipais, com possível retorno até segunda-feira, dia 4.

"Que não tem, eu tenho certeza. É muito difícil distribuir contracheque e não deixar o dinheiro em conta. A nossa realidade é que o governo Crivella deixou duas folhas de pagamento, o décimo terceiro e a folha de dezembro descobertos. Nós vamos fazer todo o esforço do mundo e o secretário Pedro Paulo deve dar mais detalhes até a segunda-feira. Agora estamos tendo acesso às contas da prefeitura para ver como vai ser esse pagamento. É prioridade absoluta. O fato é que não deixaram qualquer recurso em caixa", afirmou Paes.

No dia 30 de dezembro, o então prefeito em exercício Jorge Felippe (DEM) anunciou o pagamento do 13º salário a servidores municipais do Rio, com rendimentos entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, na virada de ano. O anúncio foi feito após um repasse de R$ 50 milhões feito pela Câmara de Vereadores ao Poder Executivo.

Leitos de covid

Pela manhã, neste sábado, Paes anunciou ainda a abertura de 30 novos leitos exclusivos para à covid-19 no Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte. Ele reafirmou que os leitos que estão impedidos de uso, muitos por falta de equipe médico, voltarão a ficar à disposição. A promessa é de que haja mais 343 vagas.

"Nós vamos abrir leitos, ou reabrir. Isso a gente vem dizendo. Serão mais 343 leitos muito em breve", afirmou o prefeito.

Ao todo, segundo os dados fornecidos pelo site lançado pela prefeitura, o município do Rio tem 1.540 leitos livres, 5.596 ocupados, 2.346 impedidos e outros 265 cedidos, incluídos também hospitais dos governos estadual e federal. Para o combate da covid-19 são 1.136 vagas distribuídas nas redes de todas as esferas de poder.


Município terá que provar segurança na Niemeyer

Ainda neste primeiro dia de governo, Eduardo Paes sinalizou que não pretende fechar a Avenida Niemeyer. O MPRJ pediu que o STJ reavaliasse a decisão que suspendeu a interdição em março do ano passado. O Ministério Público também pediu junto ao STJ que, em um prazo de cinco dias, a prefeitura preste os esclarecimentos necessários sobre a segurança da via.

"O Rio tem características geográficas que algumas vias têm sempre risco de deslizamento. Não acho que seja uma particularidade da Niemeyer. O importante é que a gente tenha um plano de contingência. Não precisa fechar, pelo menos não tenho informação técnica ainda da Geo-Rio. A prefeitura vai dar as informações ao STJ, mas me parece que não há necessidade de fechar", defendeu.

Desde que a Niemeyer foi reaberta, há nove meses, o Ministério Público vem alertando para a existência de perigo real à vida de quem trafega pela via. Por causa dos novos deslizamentos que aconteceram na quarta-feira e que provocaram interdições nas pistas, o MPRJ pediu a proibição imediata da circulação na região.