Novos leitos para tratamento de covid-19 no Rio serão abertos nesta semana
Além de 30 vagas já anunciadas no Ronaldo Gazolla, expectativa da prefeitura é liberar pelo menos mais 25 no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão
Rio - Na corrida contra o tempo para a abertura de 343 leitos para o enfrentamento da covid-19, a Prefeitura do Rio planeja ter pelo menos 60 nesta primeira semana de gestão. Para isso, faz os últimos ajustes para liberar pelo menos 25 vagas imediatas no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão. Além deles, o prefeito Eduardo Paes também anunciou no último sábado (2) 30 novos leitos no Ronaldo Gazolla, em Acari.
Pelo divulgado pela prefeitura no dia 1º, serão 60 vagas no Fundão. Apesar de o Clementino Fraga ser administrado pela UFRJ, a Secretaria Municipal de Saúde fez um acordo com a administração federal e cederá profissionais de saúde para trabalharem no local, a maioria será remanejada do Hospital de Campanha do Riocentro, que será desativado. A expectativa é de que, até a próxima semana, todos os leitos do hospital já estejam abertos.
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Ao todo, serão 193 vagas abertas na rede pública da cidade, distribuídas também nos hospitais municipais Ronaldo Gazolla (80, ao todo), Souza Aguiar (30) e Salgado Filho (23), além do Clementino Fraga.
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Os 150 restantes serão contratados via rede privada. A Prefeitura do Rio publicou, em edição extra do Diário Oficial deste domingo, o edital para a contratação. E pagará R$ 16.041.188,23 a cada três meses por 100 vagas em enfermaria (com custo de R$ 1.250 por cinco dias) e 50 de UTI (diária de R$ 2,4 mil).
Prefeitura e governo do estado reforçam ações integradas
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Eduardo Paes e o governador em exercício, Cláudio Castro, reuniram-se na manhã deste domingo (3) no Palácio da Cidade, em Botafogo, para os ajustes finais de uma série de ações integradas entre prefeitura e estado. Em coletiva, realizada após o encontro, o prefeito reforçou a importância da parceria, que disse ter faltado na última gestão.
"Nós queremos que haja, acima de tudo, uma integração nas ações de combate à Covid-19 entre prefeitura e governo do estado. Falo como um cidadão que percebeu, nos últimos meses, que faltava integração. Uma das medidas é integrar todas as resoluções, normas. regulamentos. Nós vamos trabalhar em conjunto", garantiu o prefeito.
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O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, e o secretário estadual de Saúde, Carlos Chaves, estiveram na reunião. Chaves ressaltou que no setor da saúde não deveria haver jogo político.
"Em mais de quarenta anos de vida pública, sinto que é um momento histórico. São duas vitórias, a primeira é a vacina. O estado do Rio sempre foi um exemplo de vacinação", disse Chaves. "A política tem que ser a política da saúde. A pandemia trouxe uma coisa de ensinamento: regulação única é a solução para a transparência", completou o secretário.
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Rio tem maior taxa de letalidade entre as capitais do país; Centro da cidade lidera o ranking
Na coletiva, Daniel Soranz apresentou os números que confirmam o Rio na liderança de um triste ranking: a cidade tem a maior taxa de mortalidade entre as capitais do país, com 203,8 óbitos para cada 100 mil habitantes. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem 126,8 óbitos para cada 100 mil habitantes.
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Entre os bairros da capital, Zona Oeste e Madureira têm as taxas mais assustadoras: Bangu tem taxa de 14,64%; Campo Grande, 14,43%; e Madureira 13,26%. O município, neste momento, não pretende anunciar medidas mais rígidas de restrição.
"Vale a regra vigente, mas não dá para falarmos em baixo risco de Covid-19. Não podemos descansar. Utilizar máscara e distanciamento são fundamentais", disse Soranz. "Não há evidência científica em fechar espaços de lazer, por exemplo, e tem muitas questões de saúde mental. O secretário de Meio Ambiente, por exemplo, está trabalhando nisso: não faz sentido fechar parques, como o Campo de Santana. Não há aglomeração ali", completou secretário municipal.