A arquiteta Sheila Richa foi agredida durante confusão em lancha  - Reprodução
A arquiteta Sheila Richa foi agredida durante confusão em lancha Reprodução
Por LUANA BENEDITO
Rio - A arquiteta Sheila Richa, de 30 anos, ainda sente no corpo e na mente as consequências da agressão sofrida por ela no primeiro dia do ano durante uma confusão em uma lancha na Praia do Dentista, em Angra dos Reis, na Costa Verde. A urbanista só pretendia celebrar a chegada de 2021 com o marido, a irmã e o cunhado, mais dois casais de amigos e a filha de um deles, mas o momento festivo foi interrompido por uma discussão em que terminou com a vítima levando socos e chutes de dois homens. "Acho que se ninguém tivesse conseguido separar, eu acredito que não estaria viva", conta ao O DIA.
Sheila afirma que não há justificativa para a brutalidade da violência sofrida por ela pelos ocupantes da lancha vizinha. A confusão, segundo a arquiteta, começou após um desentendimento dela com Jéssica Flores, namorada de Renato Bastos, apontado como um dos agressores. O irmão dele, Rafael Bastos, também teria agredido a urbanista.
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"Eu fiz um questionamento, porque ela estava rindo e debochando, mas não rendi assunto e saí de perto deles. Quando de repente, do nada, o Renato me jogou um copo... Eu não me recordo como eu fui parar na outra lancha, quando eu vi estava no chão sendo agredida por esses dois homens", relata.
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A arquiteta, no entanto, não descarta a participação de um terceiro suspeito. "Dois eu posso afirmar que me agrediram, Rafael e Renato, mas tinha uma terceira uma pessoa. Esse terceiro homem, quando meu esposo foi me socorrer foi agredido por ele, mas não posso afirmar se ele me agrediu."
Sheila diz ter tido o dente quebrado, fratura nasal e início de traumatismo craniano. "Estou tomando remédios, com médicos e dentistas marcados para realizar os procedimentos. Eu ainda não consegui dormir, não consigo", revela.
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A agressão aconteceu por volta das 18h do dia 1º de janeiro e o boletim foi registrado durante a madrugada de sábado na 166ª DP (Angra). Além de Sheila, o marido dela, Lucas Castro, também foi agredido quando tentou ajudar a esposa. Ele também fez ocorrência na distrital.
"Esse terceiro que agrediu meu marido deu socos nele quando ele tentou me salvar, eu já estava no chão e ele não deixou meu esposo me ajudar. Foi totalmente brutal", comenta a urbanista. Além de Lucas, Raquel Richa, irmã de Sheila, também foi agredida com chutes nas costas e na costela.

Diante da repercussão da agressão, os envolvidos na confusão da lancha se manifestaram nas redes sociais. Eles alegaram que Sheila deu socos em Rafael, que teria revidado e começado a bater na urbanista. Procurados, eles não haviam se manifestado sobre o episódio até a publicação.
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"Eles têm a versão deles, eu tenho a minha, que é a verdadeira. Há vídeos, eu posso provar, mas nada justifica agressão, sobretudo, nesse nível de covardia e brutalidade", destaca Sheila.

Nas redes sociais, internautas também especularam que os envolvidos estariam bêbados. Sheila rebate as acusações. "Eu estava totalmente lúcida, não sei dos outros. Tenho meu filho pra criar e eu preciso cuidar dele quando chego em casa", diz ela, que é mãe de um bebê de oito meses. 
A arquiteta conta que nem em seus piores pesadelos imaginou viver uma violência como aconteceu no dia 1º."Eu vendo meu estado, sentindo o que eu estou sentindo, eu penso que se ninguém tivesse conseguido separar, eu acredito que não estaria viva, a brutalidade foi muito forte."
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"Como mulher, eu me senti humilhada e desprotegida. Eu só quero Justiça", conclui. A arquiteta aguarda para prestar depoimento na distrital.
De acordo com Vilson Almeida, delegado titular da distrital, as vítimas foram ouvidas e encaminhadas ao IML para exame de corpo de delito. Os investigadores vão ouvir os supostos agressores, que já foram identificados pelos agentes, e as testemunhas que estavam presentes na confusão.