Marcinho passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamento - Estefan Radovicz
Marcinho passa pelo carro no pátio da 42ª DP: ex-jogador do Botafogo alegou não ter prestado socorro por temer linchamentoEstefan Radovicz
Por Natasha Amaral
Rio - O delegado Alan Luxardo, titular da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) e responsável pela investigação da morte por atropelamento, de um casal de professores no Recreio dos Bandeirante, Zona Oeste do Rio, informou que a evidência é que o jogador de futebol Marcinho estava a uma velocidade maior do que a informada na hora do acidente, na noite da última quarta-feira (30). No entanto, apenas o laudo pericial poderá constatar a informação. Marcinho será indiciado por duplo homicídio culposo.
"A evidência é que estava (acima da velocidade). Falta o laudo pericial. Continuamos com a oitiva de testemunhas e aguardamos os laudos periciais para concluir", afirmou Luxardo. O crime de homicídio culposo é punido com dois a quatro anos de prisão. O inquérito deve ser concluído na próxima semana. Até lá, Marcinho, que prestou depoimento na segunda-feira, deve ser ouvido mais uma vez, para esclarecer contradições surgidas a partir do depoimento de testemunhas do acidente.
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Na noite do acidente, o veículo dirigido pelo jogador tirou a vida do professor Alexandre Silva Lima, de 44 anos. Sua companheira Maria Cristina José Soares, 56, chegou a ser socorrida, ficou uma semana internada e morreu nesta terça-feira (5). Os dois eram professores do Cefet, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.
Em depoimento, Marcinho disse que o casal atravessou fora da faixa de pedestres, garantiu que não estava embriagado e que dirigia em baixa velocidade – a cerca de 60km/h, abaixo do limite de 70km/h da pista. Apesar da versão, o veículo, uma Mini Cooper preta, ficou destruído. O jogador disse que não socorreu as vítimas porque teve medo de linchamento.
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O veículo está registrado em nome de uma empresa de produtos hospitalares cujo sócio é Sergio Lemos de Oliveira, pai e empresário de Marcinho. Após ser localizado e submetido a perícia, o carro foi rebocado por um guincho da seguradora até a garagem da casa do pai de Marcinho - a partir daí a Polícia Civil passou a considerar o jogador suspeito.