Especial - Problemas na cidade de Magé. Rua Dona Joaninha.. - Daniel Castelo Branco
Especial - Problemas na cidade de Magé. Rua Dona Joaninha..Daniel Castelo Branco
Por O Dia
Rio - Em meio às denúncias de nepotismo, Renato Cozzolino (PP), prefeito de Magé, na Baixada Fluminense, tem ainda outros desafios pela frente: cuidar das mazelas da cidade. Falta saneamento básico, coleta de lixo e asfalto. Ruas alagadas e transporte ineficiente também são alguns dos problemas relatados por moradores.
No bairro Barbuda muitas ruas sem asfalto, poeira, lixo ou lama. Uma realidade que Luzia Carneiro Antônio, de 70 anos, enfrenta desde 1994. "Sempre foi assim. Não temos asfalto a rua é cheia de poeira no calor e de lama quando chove.  Tive que aterrar meu terreno, pois quando chove a rua alaga, não temos como sair de casa.  Eu vivo à base de antialérgico com tanta poeira. Fora o valão com esgoto a céu aberto que tem na rua", disse a moradora da Rua Nhãhãn Ferraz.
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Outra reclamação dos moradores do bairro é com relação ao transporte público. Para pegar um ônibus, é preciso caminhar cerca de 15 minutos. "Não temos uma linha de ônibus que circule por aqui. Chegou a entrar uma que rodou por uns três meses, mas depois parou e nem sabemos o motivo. Temos que andar até a pista principal para pegar um ônibus. Durante o dia é até tranquilo, mas a noite complica", reclama Maria Regina, 54.
Na Rua Dona Joaninha, além de faltar asfalto, há enormes buracos. Em alguns, os moradores colocaram uma tampa de madeira improvisada para evitar acidentes. "Já teve muita gente que caiu e se machucou. Por causa disso, meu sogro colocou esta madeira. Porém, quando chove, a rua alaga e não dá pra ver o buraco", relata uma comerciante.
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O cenário de poeira se repetiu na Rua Adelino dos Santos e na Avenida Dr. Eduardo Portela, além de muito lixo acumulado, um problema que se repetiu às margens da Avenida do Contorno (BR 143), no bairro Vila da Liberdade.  
Em Nova Marília, moradores das Rua Roberto Bussinger e da Rua 20 sofrem sem asfaltamento. Sem saneamento básico, crianças brincam em meio ao esgoto a céu aberto. "É nossa realidade, mas estamos com esperança de que o novo prefeito vai dar um jeito", falou Maria Aparecida, de 71 anos, que disse não se incomodar com a atitude do prefeito de empregar sete familiares. "O importante é ele trabalhar e melhorar a cidade", afirma.
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Outros, lamentam o fato de faltar emprego na cidade. "Muitos conhecidos perderam o emprego, inclusive minha neta. Enquanto isso, o prefeito dá emprego para a família dele. Isso é um absurdo", criticou Antônio da Silva, 66.
"Político só quer enriquecer. Todos que entram não fazem nada pela cidade. Esse prefeito acabou de entrar e já colocou a família toda na prefeitura. Será que em Magé não tem gente com competência e de confiança para estes cargos?", indagou um morador da Estrada do Feital, no bairro da Piedade, onde as ruas não são sequer asfaltadas.
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Obras previstas para os primeiros 100 dias de governo
Em nota, a Prefeitura de Magé afirma que a situação da cidade é de abandono e que o prefeito Renato Cozzolino tem um plano de trabalho para os primeiros 100 dias, que inclui obras de saneamento, asfalto e urbanização de diversos bairros. Em relação à coleta de lixo, a prefeitura disse que encontrou os equipamentos sucateados. Já sobre o transporte no bairro Barbuda, informou que o responsável pela empresa de ônibus que circulava na localidade foi convocado a prestar esclarecimentos da situação.
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Leia a nota na íntegra:
O prefeito de Magé, em seu 5° dia útil de governo, afirma que são verdadeiras todas as situações narradas e que acha um absurdo o cenário de abandono e descaso em que encontrou a cidade de Magé. Sua equipe técnica está trabalhando incessantemente para apresentar a população um plano de trabalho para os primeiros 100 dias, que contempla, inclusive o retorno das obras de saneamento, asfalto e urbanização de diversos bairros. Recentemente anunciou que ainda no mês de janeiro terão início as obras no bairro Parque Veneza, no sexto distrito.

Em relação à coleta de lixo esclarecemos que um dos equipamentos que fazem a compactação dos resíduos, foi encontrado sucateado pela nova gestão. Com o retorno da coleta que estava desregularizada na cidade, e devido à grande demanda acumulada, o equipamento acabou ficando inoperante, entretanto, ontem à noite o problema foi corrigido e o equipamento voltou a operar.

Sobre o transporte coletivo na Barbuda, a Secretaria de Transportes informou que convocou o responsável pela empresa que atende a cidade para resolver essa e outras demandas que estão sendo levantadas pela atual gestão para que seja resolvido o mais rápido possível. A Secretaria está à disposição da população para qualquer reclamação dos serviços, basta procurar a unidade de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.