Moradores atearam fogo em ônibus em protesto de meninos desaparecidos na Baixada, na terça-feira (12) - Agência O Dia
Moradores atearam fogo em ônibus em protesto de meninos desaparecidos na Baixada, na terça-feira (12)Agência O Dia
Por O Dia
A Polícia Civil informou que uma das linhas de investigação seguida para apurar o desaparecimento dos três meninos, ocorrido em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é o envolvimento de traficantes do Morro do Castellar, localidade onde as crianças moram. Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10 anos, que são primos, e Fernando Henrique, de 11, sumiram no dia 27 de dezembro de 2020.
Segundo a polícia, o fato do tráfico ter torturado um homem para que ele confessasse o crime e a queima de um ônibus, a menos de 200 metros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), nesta terça- feira (12), fizeram a polícia acreditar no envolvimento de traficantes no episódio.
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"Essa é uma hipótese diante das coisas estranhas que ocorreram. Nesse cenário, essa linha de investigação começa a ganhar peso maior", disse Uriel Alcântara, titular da DHBF, sem detalhar no entanto, o que poderia ter motivado o tráfico no sumiço dos garotos.
Na quarta-feira (13), Tatiana da Conceição, mãe de Fernando, e Silvia Regina, avó de Lucas e Alexandre — que sumiram junto com Fernando Henrique —, entregaram uma sacola com roupas sujas de sangue, encontradas por moradores do Morro do Castelar, em uma casa local que inicialmente seria a casa do homem que foi torturado pelo tráfico e que chegou a ser apontado por vizinhos como suspeito de envolvimento no sumiço dos meninos.  Inicialmente a DHBF não encontrou provas de que ele tivesse participação no desaparecimento das crianças.
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"Tinha um casaco velho sujo na manga, que pode ser sangue ou não, que foi encontrado não sabemos por quem e foi trazido pela avó dos menores e a mãe do menino maior. Além disso, tinha um caderno de escola, com dever de criança em idade de alfabetização", relatou o delegado.

O material deverá passar por exames de DNA para saber se se trata de sangue e se este sangue pertence a alguns dos desaparecidos.
Lucas, Alexandre e Fernando foram vistas pela última vez, no dia 27 de dezembro, em uma quadra de futebol, no Morro do Castelar. A informação inicial era a de que os meninos teriam deixado o local para ir comprar ração para pássaros, em uma feira, no bairro vizinhos de Areia Branca. 
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Acusado por familiares é solto
O homem levado por moradores à DHBF na terça-feira, foi solto. Ele chegou a ser preso por armazenar conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes em seu celular, o que configura crime, mas foi solto sob fiança. Segundo a polícia, inicialmente, ele não tem relações com o sumiço dos três meninos. 
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Acusado pela família dos garotos, o homem chegou a ser espancado. A polícia afirmou que a tortura foi ordenada pelos líderes do tráfico local. Além de Wiler Castro da Silva, vulgo o 'Estala', outras pessoas já foram identificadas de participar da tortura. José Carlos dos Prazeres Silva, o 'Piranha', é quem teria autorizado a ação.
"Algumas pessoas foram identificadas, o Estala estava presente, mas teria que ocorrer (o espancamento) com autorização do outro ('Piranha')", afirma o titular da DHBF.

A DHBF pede a colaboração de todos com informações sobre o desaparecimento das crianças e informações que levem à prisão dos bandidos. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (21) 98596-7442 (WhatsApp)