Prefeito Eduardo Paes participa da divulgação do terceiro Boletim Epidemiológico da Covid-19,no Centro de Operações Rio, na Cidade Nova. - Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Prefeito Eduardo Paes participa da divulgação do terceiro Boletim Epidemiológico da Covid-19,no Centro de Operações Rio, na Cidade Nova.Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Yuri Eiras e Jessyca Damaso
Rio - Com cinco dias de vacinação no Rio, a Secretaria Municipal de Saúde já recebeu denúncias de pessoas vacinadas que supostamente não pertenciam aos grupos prioritários de imunização. A pasta não informou quantos casos chegaram, mas confirmou que apura os episódios. A Polícia Civil, através da Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), também instaurou inquérito para apurar denúncias de compra de vacinas e de "profissionais de saúde coagidos a vacinar pessoas fora do grupo de risco".
Até a manhã desta sexta-feira (22), mais de 42 mil pessoas já haviam sido vacinadas no município, entre idosos de abrigos e profissionais de saúde.

"A gente recebeu algumas denúncias de profissionais que teriam se vacinado e não estavam nos grupos. Estamos apurando", informou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Eduardo Paes completou dizendo que "tem malandro para tudo", se referindo aos possíveis 'fura-filas'.

"Como na vida tem malandro para tudo, infelizmente, é importante que as pessoas fiquem atentas. Os critérios estão claros, mas se as pessoas verem alguma irregularidade, fiscalizem, denunciem. Nossa determinação é vacinar os profissionais de saúde. Infelizmente, a gente sabe que sempre tem algum delinquente", disse o prefeito.
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As denúncias foram recebidas através da Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde, que está recebendo casos de possíveis irregularidades. A maioria dos casos relatos é de profissionais da própria área da Saúde. O canal 1746 da Prefeitura também pode receber essas denúncias.
Sobre o lote de vacinas da Oxford previstas para chegarem da Índia entre esta sexta-feira e o próximo sábado, Soranz não confirmou quantas das 2 milhões de doses serão alocadas no Rio. Segundo o secretário, as doses que ainda existem do primeiro lote da CoronaVac são suficientes para a imunização dos profissionais de saúde que ainda não receberam.

"A gente tem algumas comunicações com o Butantan e a Fiocruz, mas a gente prefere dar os dados só quando a gente tiver concretizado. É importante que a gente não gere dados divergentes. A gente tá trabalhando muito paraque se tenha informações adequadas", comentou o secretário.
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Polícia instaura inquérito e Conselho de Enfermagem acolhe denúncias
Na manhã desta sexta-feira, a Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD) instaurou inquérito para "apurar denúncias de tentativa de compra de vacinas e de profissionais de saúde sendo coagidos com violência a vacinar pessoas fora dos grupos prioritários". Um ofício foi encaminhado ao Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren/RJ) solicitando informações sobre a denúncia realizada pela presidente Lilian Behring.
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O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) se reúne, nesta sexta-feira, com autoridades de saúde, após denúncias sobre irregularidades nas filas para vacinação contra Covid-19.
Segundo o Coren, a reunião tem o objetivo de sensibilizar as autoridades para dar prioridade à enfermagem na imunização, uma vez que quem vacina deve ser protegido.
"Vale frisar que a enfermagem compõe 63,8% dos trabalhadores do setor saúde, maioria de profissionais da área, com cerca de 263.000 trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro", disse Lilian Behring. Na noite desta quinta-feira, o conselho se reuniu com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, mas até o momento não informaram o que ficou definido nesse encontro.
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A Secretaria de Saúde disse que todas as pessoas vacinadas têm seus nomes e CPFs registrados. O órgão repreende qualquer tentativa de furar a fila de vacinação e tomará medidas rigorosas, caso seja comprovada alguma aplicação indevida fora dos grupos prioritários definidos para este primeiro momento. 
MPRJ vai fiscalizar vacinação prioritária contra Covid-19
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), instaurou, na quinta, dois procedimentos para fiscalizar a execução do cronograma e do plano de vacinação contra Covid-19 em dois grupos considerados prioritários, com atendimento preferencial logo na primeira etapa da campanha, iniciada esta semana.
Por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção ao Idoso da Capital, foi instaurado o procedimento para acompanhar a vacinação de idosos em abrigos, enquanto que, por meio da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Pessoa com Deficiência da Capital, foi instaurado outro procedimento, este com o objetivo de monitorar o cumprimento da vacinação prioritária de deficientes.
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As secretarias municipal e estadual de Saúde do Rio terão que fornecer informações, como o cronograma da vacinação e a lista de quem foi contemplado. Esses dados serão comparados aos fornecidos pelas instituições.
O MPRJ ressalta que, até o momento, não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial e que o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 reconhece que a aplicação deve ser focada na redução da morbidade e mortalidade pela doença, existindo a necessidade de se estabelecer grupos prioritários de vacinação.