"E se olhar para o alto dá asas à nossa imaginação, mirar onde pisamos nos proporciona a dimensão de ter os pés no chão. Um equilíbrio difícil e tão necessário na vida"  - Arte Kiko
"E se olhar para o alto dá asas à nossa imaginação, mirar onde pisamos nos proporciona a dimensão de ter os pés no chão. Um equilíbrio difícil e tão necessário na vida" Arte Kiko
Por ANA CARLA GOMES
Sabe aquela sensação de viajar com a mente para bem longe de onde o nosso corpo efetivamente está? Andando por um lugar, mas com a cabeça a quilômetros daquele espaço? Possivelmente envoltos em planos, sonhos, tarefas a cumprir, angústias ou problemas a resolver. A tal ponto que se um conhecido passar por nós na rua é preciso que ele acene bem na nossa frente para que possamos, enfim, percebê-lo.
É aquele famoso corre-corre da vida moderna, que nos tira os momentos de respiro. Instantes em que inspiramos de verdade o que está à nossa volta. Quando temos a chance de não correr tanto e olhar pelo trajeto que fazemos, mesmo que ele seja diário, encontramos tanta beleza. Recentemente, me deparei no Instagram com belos cliques de nuvens. Essas lindezas aparecem no céu como nossos amigos surgem diante de nós nas ruas. As nuvens, no entanto, acenam com desenhos. E são tão gentis que nos deixam imaginar o cumprimento que desejamos receber.
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Um dos registros de nuvens veio do pessoal da canoa havaiana, de Niterói, numa remada do pôr do sol. Lá ao longe elas acenavam como uma girafa no céu, segundo uma das praticantes do esporte.
E se olhar para o alto dá asas à nossa imaginação, mirar onde pisamos nos proporciona a dimensão de ter os pés no chão. Um equilíbrio difícil e tão necessário na vida. Um outro clique lindo também me capturou no Instagram: o trajeto da onda já se desfazendo na beirinha da areia, toda texturizada pela água. Aliás, pisos de todos os tipos me encantam. Podem ser os da Ilha Fiscal, palco do último baile do Império antes da Proclamação da República, os paralelepípedos, aqueles caquinhos de azulejo ou a areia e a grama que nos aceitam como somos, descalços.
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Seja olhando para o céu ou atentos aos passos do percurso à nossa frente, que todos nós possamos ter mais pequenos respiros na vida. Daqueles que não nos deixem grandes belezas passarem despercebidas.