A obra foi feita pelo carnavalesco Leandro Vieira, da Estação Primeira de Mangueira - Reprodução / Instagram
A obra foi feita pelo carnavalesco Leandro Vieira, da Estação Primeira de MangueiraReprodução / Instagram
Por Carolina Freitas
Rio - O carnavalesco e figurinista Leandro Vieira, da Estação Primeira da Mangueira, tem motivo de sobra para comemorar este ano, apesar do cancelamento do Carnaval. Uma de suas obras produzidas para o desfile de 2019, no qual foi bicampeão pela escola, ganhou um espaço especial no Museu de Arte Moderna (MAM), localizado no Aterro do Flamengo, na Zona Sul da cidade. 
A arte, que mostra uma bandeira do Brasil em verde, branco e rosa, tem a frase: "índios, negros e pobres", no centro. A conquista foi comemorada na tarde desta quarta-feira em seu perfil oficinal no Instagram. "Pra mim, motivo de orgulho e reflexão. Exibir essa obra no Rio de Janeiro no mês do não Carnaval de 2021 é simbólico. Ergue-la no Brasil de 2021 é urgente", dizia parte da publicação.
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Em entrevista ao DIA, Leandro contou um pouco sobre a sensação de ter uma arte sua exposta num museu conhecido nacionalmente, além da não comemoração do Carnaval neste ano.
"Enquanto o Carnaval não pode ocupar a avenida, devemos seguir ocupando espaços que podem contribuir para o reconhecimento do valor artístico daquilo que é produzido para os desfiles", disse.
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O carnavalesco também falou sobre a ligação da festa e da obra.
"O Carnaval não é arte porque vai ao museu. Mas ir ao museu faz com que ele ocupe um lugar que historicamente lhe foi negado. Ocupar esse espaço é construir uma narrativa que só engrandece o meio onde produzo arte".
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Citando os dizeres que estão no meio da bandeira, Leandro disse que é uma obra feita para durar para além das cinzas da quarta-feira. "Ela é viva e nova, enquanto não houver espaço para aquilo que ela propõe através da subversão que sugiro. Enquanto o Brasil for "velho", minha bandeira - hoje, bandeira de tantos - será sempre 'nova'", concluiu.