As vítimas contaram que foram interceptadas por bandidos fortemente armados, que chegaram divididos em três veículos Corolla. Eles usavam roupas camufladas e portavam fuzis. Depois de serem abordados, o motorista e um ajudante foram obrigados a seguir os criminosos até a localidade do Pistão, no interior do Complexo do Salgueiro.
"Eles fecharam nosso caminhão e já desceram com fuzil para fora. Os nossos colegas do outro caminhão ainda tiveram tempo para pular e fugir, nós não tivemos como, porque fomos fechados por eles. Enquanto um deles foi dirigindo o outro caminhão, tivemos que seguí-los para dentro da favela", narrou a vítima.
No caminho, o veículo chegou a desligar, por conta do rastreador que identificou o desvio da rota. No entanto, segundo os funcionários, um comparsa do bando ajudou a desbloquear o caminhão. Já no interior do Salgueiro, os funcionários ainda foram obrigados a descarregar todas as carnes que estavam no caminhão.
"Lá dentro tinha muito bandido, mais de 50, e todos com fuzis, a gente não via uma pistola. Descarregamos tudo, sob ameaças de morte", falou.
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Para fugir, as vítimas contaram com a ajuda de um morador, que as deu carona até a rodovia.
"Eles mandaram a gente sair, mas nos indicaram a saída para um lugar errado. O caminhão bloqueou de novo, largamos e fomos andando, até que encontramos um senhor que nos deu carona. Assim que pegamos, estava entrando o caveirão da PM. Só conseguimos pensar na benção que foi não estarmos lá dentro, no meio da troca de tiros", finalizou.
O motorista e o ajudante caminharam até o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizado na rodovia, na altura da comunidade. Em seguida, eles foram levados para a 72ªDP (Mutuá), onde o caso foi registrado, para prestar depoimento.
Até o início desta tarde, os dois caminhões ainda estavam dentro do Complexo do Salgueiro.