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Vendedores e ambulantes de praia revelam não estar lucrando com o verão no Rio
Segundo eles, os banhistas estão preferindo levar comidas e bebidas de casa, com o objetivo de economizar
Rio - Apesar da chegada do verão e do forte calor que faz nos últimos dias na cidade do Rio de Janeiro, a vida dos ambulantes e vendedores de produtos e comidas nas praias cariocas não têm sido fácil, muito por conta da pandemia da covid-19. Isso porque, de acordo com o relato de alguns deles, o lucro com as vendas não tem atingido o patamar esperado nessa época do ano e a situação fica cada vez mais complicada. Quem sofre com essa baixa nas receitas é o camelô Marcos Nascimento. Ele afirma estar sendo um período conturbado e diz que quase não consegue comercializar aquilo que oferece aos clientes nas orlas.
"A gente está sentindo muito essa queda nas vendas. Vemos muitas pessoas nas praias, mas ninguém quer gastar dinheiro, não fazem a nossa economia girar e isso tudo acaba nos atrapalhando demais. Eu mesmo estou trabalhando desde às 8h da manhã de hoje e só vendi três copos de açaí até agora, sendo que já são 14h. É complicado e bastante delicado para mim", disse ele.
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"Eu até tentei abaixar o valor das minhas mercadorias, mas não adiantou quase nada e o lucro continua cada vez mais em decadência. E dependo disso aqui para sobreviver, se eu não vender, não vou ter dinheiro para pagar as contas de luz, de água, de gás e de aluguel. A verdade é que o governo não pensa na nossa classe, esquece que precisamos realmente de ajuda, enquanto os grandes políticos do Brasil vivem roubando às nossas custas", desabafou Marcos.
Quem também não vê perspectiva de melhora no atual cenário é o ambulante Cristiano da Barraca LH15, na praia do Leme, na Zona Sul do Rio. Segundo ele, comparado aos anos anteriores, o faturamento das vendas de comida e bebida nas orlas da região caiu vertiginosamente, muito em função da pandemia do novo coronavírus, que acabou afastando vários banhistas das orlas cariocas.
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"Para ser sincero, houve uma grande diminuição no nosso lucro por aqui. Tem muita gente ainda com medo de estar na rua, devido à crise da covid-19, e com isso, nós vamos tentando nos virar. Se for analisar em relação às temporadas passadas, as receitas iam de vento em poupa. Parece que a renda do pessoal caiu também e aqueles que vêm para a praia, não querem gastar, trazem tudo de casa para economizar. Situação bem diferente e triste para nós."
Do mesmo modo que Marcos e Cristiano, a vendedora Kelly Renata também tem passado por apuros nesses últimos dias em que o forte calor atinge a capital fluminense. Isso porque, de acordo com ela, o movimento em sua barraca não está grande. "Hoje, com esse sol que está fazendo, era para estar muito mais cheio. A impressão que fica é que pandemia agravou a nossa situação e atrapalhou a comercialização. Por mais que o lucro não seja alto, a gente se vira como pode, arrecadando um pouco de cada vez", contou Kelly.
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"Pelo que percebo, os banhistas estão preferindo levar seus petiscos e bebidas de casa mesmo, não sei se por estar com problemas financeiros, possivelmente agravados pela crise do coronavírus, ou se pelo fato de realmente acharem melhor não gastar. Mas o que vejo é uma galera com cooler e bolsas térmicas pela areia", completou.
*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes