Fiscais da SMTR fizeram vistorias em 136 estações de BRT e nas garagens dos ônibus articulados - Daniel Castelo Branco
Fiscais da SMTR fizeram vistorias em 136 estações de BRT e nas garagens dos ônibus articuladosDaniel Castelo Branco
Por O Dia
Rio - O setor de transporte de passageiros vem atravessando a sua mais grave crise econômico-financeira no Rio. O BRT Rio anunciou publicamente, neste sábado, que não tem recursos para honrar seus próximos compromissos prioritários, como o pagamento da segunda parte do salário de janeiro, em 5 de fevereiro, e a compra de insumos necessários à operação, como combustível, por exemplo.
Segundo a concessionária, a covid-19 agravou e acelerou uma realidade que já vinha sendo impactada pelo congelamento da tarifa há dois anos, pela expansão do transporte clandestino por vans e do transporte por meio de aplicativos, pela concessão de gratuidades sem fonte de custeio, entre outros fatores.
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"O BRT Rio vem trabalhando para honrar com todos os seus compromissos, mas é fato que a pandemia desestruturou por completo o fluxo de caixa da empresa, e o valor arrecadado com as passagens não tem sido suficiente para suportar os custos com a folha de pagamento, principais insumos e impostos", disse a concessionária, em nota.
A situação é resultado direto do agravamento dos impactos da pandemia sobre todo o setor de transportes públicos. Nos primeiros meses da pandemia, o BRT Rio trabalhou com queda de até 75% no número de passageiros. Hoje, 11 meses depois do início do combate à covid-19, a queda de passageiros está na faixa de 45% em relação ao período anterior à pandemia. A perda de receita entre março de 2020 e janeiro de 2021 atingiu R$ 200 milhões.
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Apesar das diversas sinalizações do BRT Rio nos últimos meses sobre o desequilíbrio econômico do sistema, segundo a concessionária, até o momento não houve qualquer ajuda por parte dos governos municipal, estadual e federal para o enfrentamento dos impactos da pandemia.
Em 2020, o BRT Rio aderiu à MP 936, que permitiu a redução de jornada dos colaboradores com reposição de parte do salário pelo Governo Federal. A medida deu um fôlego emergencial à empresa, porém não foi suficiente para conter o desequilíbrio financeiro.
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A proposta de pagar a segunda parcela do 13º salário em cinco vezes, feita em dezembro passado e recusada pela assembleia da categoria, demonstra que as dificuldades financeiras do BRT Rio são recorrentes. Ao mesmo tempo, os recursos obtidos através de empréstimos bancários já se esgotaram.
A partir de acordo assinado com o Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, o BRT Rio adotará, em fevereiro e março, um sistema de rodízio entre seus colaboradores, com a dispensa de até 10 dias e a equivalente redução salarial.
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Paralisação dos motoristas do BRT Rio
Motoristas do BRT Rio realizaram uma paralisação, em novembro do ano passado, devido à decisão tomada pelo consórcio sobre o parcelamento do 13º salário. Em consequência da paralisação, serviços foram afetados em seus três corredores — Transoeste, Transcarioca e Transolímpica. 
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A concessionária emitiu uma nota anunciando a possibilidade de parcelamento do 13º salário e informando que honraria com seus compromissos.
"Devido ao colapso financeiro pelo qual o sistema vem passando desde o início da pandemia, o sindicato dos empregadores está em negociações com o Sindicato dos Rodoviários sobre a necessidade desse parcelamento, sob o risco de parar definitivamente suas atividades. [...] Apesar das dificuldades financeiras decorrentes das medidas restritivas impostas pelo combate à Covid-19, que causaram perda de receita de R$ 155 milhões de março a outubro, e também pelo conjunto de aspectos que vêm contribuindo para o desequilíbrio financeiro do sistema, tais como o não reajuste da tarifa há 22 meses, a evasão por calotes, as políticas de gratuidade sem fonte definida de custeio, a concorrência desleal do transporte clandestino, a má conservação das pistas e os furtos de equipamentos e vandalismo nas estações, o BRT Rio vem honrando o pagamento de salário de seus colaboradores, e o mesmo será feito em relação ao 13º salário".