Show do cantor Belo, no Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte, foi um dos eventos não autorizados que geraram aglomeração - Reprodução TV Globo
Show do cantor Belo, no Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte, foi um dos eventos não autorizados que geraram aglomeraçãoReprodução TV Globo
Por O Dia
Rio - Ao mesmo tempo em que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anuncia que vai interromper a vacinação contra a covid-19 por falta de doses, cariocas e fluminenses viraram a madrugada em festas clandestinas, causando aglomerações e desrespeito às regras de isolamento e protocolos de segurança do município e do estado.

Mesmo com o trabalho reforçado da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), que conta com a ação de cerca de mil agentes diariamente para reprimir blocos, em conjunto ao apoio das Polícias Civil e Militar, a noite deste domingo (14) e a madrugada desta segunda (15) foram marcadas por muita aglomeração em diversos pontos no Rio e no estado.

Aglomeração na Zona Sul da cidade 
A tarde de domingo nas praias da Zona Sul carioca foi marcada por praias cheias, e de noite, bairros como Leblon, Copacabana e a Lapa protagonizaram cenas de desrespeito às normas de saúde, festas e aglomerações.

No Leblon as ruas ficaram cheias, sendo um dos pontos com maior aglomeração da Zona Sul do Rio, com poucas pessoas fazendo uso de máscaras. Fiscais da Seop, guardas municipais e policiais militares fizeram a fiscalização também em toda a extensão da Rua Dias Ferreira e Avenida Ataulfo de Paiva. Receberam interdição cautelar por conta de aglomeração o supermercado Zona Sul, o Galeto Leblon, e uma banca de jornal que comercializava bebidas alcoólicas para consumo no local. Outros dois bares foram multados por infrações sanitárias.
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Em Copacabana, houve pontos com aglomeração nos quiosques e no calçadão, com as pessoas aproveitando o fim de noite sem máscara. Na Lapa, alguns bares ficaram cheios, com quantidade de clientes muito acima do permitido pelas normas de distanciamento social.

Um bloco improvisado com cerca de 200 pessoas foi dispersado na Lapa, com apreensão de um pandeiro e um tantan. O grupo estava na Rua Mem de Sá, altura do número 103, e foi dispersado por equipes do 5º Batalhão de Polícia Militar, Lapa Presente e Grupamento Tático Móvel (GTM) da Guarda Municipal.

Ainda na Lapa, o Bar Leviano recebeu interdição cautelar (até as 7h desta segunda-feira (15) por aglomeração, além de ser multado e ter equipamento de som apreendido. O Bar Botecário também foi multado por descumprir as medidas de proteção à vida e combate à pandemia, e o Bar Beco do Rato foi interditado totalmente por falta de licença. Ainda como saldo da operação no bairro, a Secretaria Municipal de Assistência Social atendeu oito pessoas em situação de rua, e a Seop removeu quatro veículos por estacionamento irregular.
Festas clandestinas nas Zonas Oeste e Norte durante a madrugada
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Durante a tarde deste domingo, uma festa clandestina na Ilha da Gigóia, na Zona Oeste, chegou a ser  interrompida pela fiscalização, mas voltou a funcionar após os agentes irem embora.
Ao longo do domingo, foram impedidos outros quatro eventos na Zona Oeste: o “Bailão de 2”, na escolinha do Vasco, na Estrada do Gabinal, 597, Freguesia de Jacarepaguá; a festa “Tropa da Mega”, na Estrada dos Bandeirantes, 6.471, na Taquara; rave em casa de eventos na Estrada dos Bandeirantes, 12.315; e festa na Mansão do Japonês, na Ilha da Gigoia, na Barra da Tijuca - a casa foi interditada por falta de alvará e licenciamento sanitário. As equipes também atuaram na orla e outros locais com denúncias de eventos irregulares em Ipanema, Recreio dos Bandeirantes e Méier.
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A manhã desta segunda (15) também foi marcada por festas e aglomerações na Cidade de Deus, com uma grande quantidade de pessoas sem máscara.

Em Costa Barros, na Zona Norte, também houve festa próximo a um dos acessos do Morro da Pedreira, que começou durante a noite de domingo e se estendeu por toda a madrugada.
Baixada Fluminense com festas e aglomeração
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Em Austin, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, um bloco de carnaval foi cancelado após receber denúncias. Uma grande quantidade de pessoas que estavam sem máscara decidiram se concentrar em um bar próximo ao local, provocando aglomeração. A Polícia Militar realizou ações para dispersar o público.
Desde a sexta-feira, 12, início das ações para combater aglomerações no período que seria do carnaval, já foram feitas 55 inspeções sanitárias, com 40 autos de infração e 22 interdições, além de nove apreensões (oito de equipamentos de som e uma de bebidas).
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Ambulantes também passaram pela fiscalização
Na última ação noturna, a Coordenadoria de Controle Urbano (CCU, da Seop) fiscalizou 15 ambulantes na Lapa, e apreendeu 132 bebidas em garrafas de vidro, o que é proibido, no Arpoador. No total do domingo (14), foram fiscalizados mais de 60 ambulantes no Recreio dos Bandeirantes, Ipanema, Meier e Lapa, com 472 itens apreendidos, a maioria bebidas. Três ambulantes foram multados, e vendedores não autorizados foram orientados a desocupar o espaço público.

Abordagens no trânsito

Neste domingo, a Coordenadoria Especial de Transporte Complementar (CETC) realizou 39 abordagens a vans e kombis, autuou 53 e removeu uma van pirata. E a Coordenação de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques (Cfer) removeu, das 7h às 19h, 141 veículos por estacionamento irregular. Os dois órgãos fazem parte da estrutura da Seop.

No acumulado do fim de semana, desde sexta-feira, 12, foram 90 abordagens pela CETC, com 84 autuações e duas remoções de vans piratas. Já a Cfer removeu 474 veículos por estacionamento irregular.

Nos pontos de bloqueio de acessos à cidade não houve necessidade de barrar nenhum ônibus de fretamento.
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Em nota, a Polícia Militar disse que "vem desenvolvendo ações conjuntas com órgãos fiscalizadores com objetivo de coibir a realização de eventos não autorizados, e que desde o início da pandemia a corporação tem feito um amplo trabalho de conscientização".