Flávio Bolsonaro
Flávio BolsonaroEstefan Radovicz / Agência O DIA
Por Karen Rodrigues*
Rio - O senador Flávio Bolsonaro marcou presença no evento de comemoração dos 90 anos do Cristo Redentor, nesta segunda-feira, e agradeceu o prefeito Eduardo Paes e o governador em exercício Cláudio Castro por não terem feito o fechamento total do Rio de Janeiro. Para o parlamentar, lockdown é "coisa de mau gestor".
"Agradeço o prefeito Eduardo Paes e o governador Cláudio Castro por não terem feito o fechamento total da cidade. Lockdown é coisa de mau gestor. Todos sabíamos que teríamos carnaval, todos sabíamos que as aglomerações eram quase inevitáveis e nada mais óbvio do que ter um aumento dos casos de contaminação da Covid-19. Mas aqui na cidade do Rio, no Estado, temos a capacidade de atendimento nas unidades de tratamento intensivo e isso mostra planejamento, preparo. Porque é muito mais fácil agora uma medida ditatorial, fechar uma cidade, fechar um estado para dizer que está fazendo alguma coisa, para dar uma satisfação para a população. Ser gestor como ditador é mole", disse o filho do presidente Jair Bolsonaro.
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Flávio seguiu o discurso reforçando junto às autoridades fluminenses o discurso do governo federal contrário ao fechamento do comércio.
"Parabéns aos nossos gestores que estão aqui presentes. O governo federal não tem medido esforços para dar todo suporte para que haja esse atendimento devido a população, mais medidas estão sendo anunciadas aí. Fechar cidade é fechar emprego, é fechar igreja para que as pessoas possam buscar a fé como base da sua família, como base da sua preparação psicológica, é levar o desespero as famílias. Felizmente, não temos isso aqui no Rio de Janeiro", acrescentou o senador.
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Alguns Estados aderiram ao lockdown
Nos últimos dias, Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia, São Paulo, Ceará, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte restringiram a circulação de pessoas, fecharam lojas e em alguns casos decretaram lockdown. As medidas buscam evitar aglomerações e reduzir a escalada da covid-19 no País, em um momento de lotação das UTIs. Dados da Fiocruz indicavam na sexta-feira que em 17 capitais a ocupação dos leitos é de pelo menos 80%.
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O aperto promovido pelos Estados irritou o presidente Jair Bolsonaro. Na sexta-feira, ele afirmou que "daqui para frente o governador que fechar seu Estado, o governador que destrói emprego, ele é que deve bancar o auxílio emergencial". No entanto, o presidente não apresentou detalhes sobre como os Estados se tornariam responsáveis pelo auxílio - um benefício que foi pago em 2020 com recursos federais de abril a dezembro.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro vem se apresentando como um crítico do isolamento social - medida defendida por sanitaristas e por organizações médicas de todo mundo como um mecanismo para reduzir o contágio e, consequentemente, o número de mortes. No Brasil, o isolamento social voltou a ser aplicado pelos Estados em um momento em que o governo federal tem dificuldades para promover a vacinação em massa.
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*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro