Hospital Estadual Azevedo Lima tem novos casos de 'fura-fila' na vacinação da covid-19
Segundo uma lista, funcionários da unidade e da organização social que administra a unidade receberam o imunizante. Nenhum deles fazia parte do grupo prioritário
Por O Dia
Rio - O esquema de "fura-fila" na vacinação contra a covid-19 teve novos desdobramentos e novas denúncias foram feitas. Uma lista com o nome dos vacinados, mostra que diversos funcionários do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana receberam o imunizante.
De acordo com as informações da Rede Bandeirantes, funcionários da unidade e da organização social que administra o hospital, como o chefe de gabinete e um funcionário do TI, o gerente de um banco que funciona dentro do local foram vacinados contra a doença. Nenhum deles fazia parte do grupo prioritário.
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Procurada pelo DIA, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) esclareceu que as denúncias de irregularidades, que envolvam servidores, serão encaminhadas para abertura de processo administrativo disciplinar. No caso de organizações sociais de saúde (OSS), se comprovado algum envolvimento nas irregularidades, é possível a aplicação de sanções contratuais.
Ainda segundo a pasta, em relação ao caso específico, a investigação está em andamento e, até o momento, não se justifica qualquer medida administrativa em relação à OSS. "A Subsecretaria de Unidades Próprias encaminhou para a Superintendência de Acompanhamento dos Contratos de Gestão um pedido de apuração prévia. Os alvos da investigação policial devem ser apurados junto à Polícia Civil. A secretaria vem colaborando com todas as informações e documentações necessárias para que o caso seja esclarecido, investigado e punido pelos órgãos de controle", afirmaram em nota.
"Todas as irregularidades identificadas são punidas administrativamente e repassadas aos órgãos de controle para os devidos encaminhamentos. O secretário Carlos Alberto Chaves é autor de inúmeras denúncias ao MPE, MPF, Defensoria Pública do Estado do Rio, Defensoria Pública da União e TCE", finalizaram.
Os mandados foram cumpridos na casa de dois diretores da Organização Social (OS) Instituto Sócrates Guanaes e no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, que é administrado pela OS.
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Os agentes constataram que houve falsidade ideológica no caso da vacinação de um dos enteados do diretor-técnico do hospital. Segundo o delegado Thales Nogueira, que comanda as investigações, o jovem tem 16 anos e ainda cursa o pré-vestibular, e não poderia ser classificado como acadêmico de Medicina em atuação na unidade de saúde: o pretexto para ter recebido a vacina, conforme consta em prontuário apreendido pelos policiais.
Em relação à irmã de 20 anos do adolescente, que também foi vacinada, o delegado explica que ela ingressou na faculdade de Medicina no ano passado e os agentes ainda apuram se ela tem algum tipo de atuação profissional efetiva no hospital.
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"O foco da investigação neste momento é avaliar se houve mais casos de falsos acadêmicos sendo vacinados na unidade de saúde. O caso do jovem de 16 anos é o único constatado até o momento. Vamos apurar agora se houve dolo (intenção de cometer o crime) por parte dele e dos seus responsáveis", explica o delegado.