Barraqueiros e comerciantes protestam na frente da Prefeitura do Rio contra as medidas restritivasDivulgação

Por O Dia
Rio - Barraqueiros e comerciantes voltaram a protestar contra as medidas restritivas impostas pela Prefeitura, que determinou que os estabelecimentos fechassem às 17h. O ato começou às 16h, na frente da Prefeitura do Rio e a principal reivindicação por parte dos comerciantes é de que o retorno das atividades comerciais fossem até às 22h. A primeira manifestação, realizada pelo mesmo grupo, aconteceu no último domingo, na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, na Zona Sul do Rio.

Os manifestantes, entre eles funcionários de comércios, músicos, profissionais da segurança, trabalhadores indiretos e fornecedores, alegam que estão sendo prejudicados com as medidas restritivas. O anúncio também causou revolta em empresários e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional do Rio (Abrasel-RJ), que recorreu à Justiça e solicitou a ampliação do horário. A princípio, o pedido foi concedido e os estabelecimentos foram autorizados a funcionar até as 20h. Entretanto, no sábado (6), uma outra decisão judicial determinou que restaurantes e bares cumpram a medida da Prefeitura e voltem a fechar às 17h.


A barraqueira Maria Jeliene, mais conhecida como Ju da barraca 89, de 45 anos, é uma das comerciantes que pede pelo retorno do funcionamento de quiosques e barraqueiros até às 18h. Maria Jeliene é moradora de Anchieta, na Zona Norte do Rio, e trabalha há anos em um ponto fixo na praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio. Devido a distância entre sua casa e o local de trabalho, a barraqueira diz que a situação financeira está ficando insustentável.

"Está muito difícil para nós que vivemos do trabalho da praia. Já ficamos 7 meses em casa sem ter ajuda de ninguém. Queria saber como nós vamos sobreviver sem trabalho. É fácil esses governantes proibirem a gente de trabalhar, mas o pagamento deles é certo de cair na conta todo mês. Precisamos trabalhar dignamente para sobreviver e não podemos", se indigna a barraqueira.
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Os manifestantes tentam reivindicar os seus direitos trabalhistas: "O garçom não ganha o que a carteira paga, o garçom tem comissão, o cozinheiro tem comissão". Durante a manifestação, a Associação de Barraqueiros tentou dialogar com o prefeito Eduardo Paes. "Pedimos ao senhor prefeito que nos deixe trabalhar, gostaria que os secretários de ordem pública e saúde também nos ouvissem. Quando o turista vem para o Rio de Janeiro, ele vem para pisar na praia e nós barraqueiros somos os orientadores. Quando você tira os legalizados você permite que os ilegalizados atendam os banhistas", criticou uma das integrantes da associação.
Em nota, a Polícia Militar informou que "militares do 4º BPM (São Cristóvão) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM) acompanham uma manifestação que acontece na Rua Afonso Cavalcanti, em frente a prefeitura da cidade do Rio, no bairro Cidade Nova. Até o momento, não há registro de ocorrências de vulto".
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Procurada, a Prefeitura do Rio ainda não falou sobre o ato.