Colégio Militar do Rio de Janeiro
Colégio Militar do Rio de JaneiroCMRJ/Colégio Militar do Rio de Janeiro
Por O Dia
Rio - Ao menos 72 estudantes e 10 professores do 8º ano do Ensino Fundamental no Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ) estiveram em contato com colegas contaminados com covid-19 durante aulas presenciais na última semana, é o que afirma o Sindicato Nacional Servidores Federais Educação Básica Profissional (Sinasefe). Após o caso, a unidade optou pela suspensão das aulas somente para a turma citada anteriormente.
A decisão contrariou os funcionários do colégio que pedem a suspensão completa das atividades no CMRJ. "Além deste caso absurdo, as contaminações de trabalhadores militares têm sido repetidamente abafadas pela gestão", disse o sindicato.
Publicidade
De acordo com a direção do Sinasefe, a classe seguirá tentando resistir ao retorno presencial. Após um comunicado emitido por eles, nesta terça-feira (23), estudantes e alunos também se mostraram contra a decisão do retorno. A direção do sindicato reforçou que são quase dois mil funcionários, de várias lugares do Rio, que estão sendo expostos. "Precisamos de informações para combater a pandemia, nossa intenção é estar do lado das famílias e estudantes e, para agir, é necessário que tenhamos informação, se esconder da sociedade é pior", alertou a direção do Sinasefe.
O sindicato denunciou a postura da unidade em não repassar informações sobre os contaminados para a Prefeitura do Rio e o estado. A legislação vigente sobre a pandemia exige a notificação das Secretarias de Saúde a respeito de casos confirmados dentro da unidade. "Como esperar que o Município e o Estado do Rio de Janeiro combatam de forma eficaz uma pandemia, sem saber dos casos de infecção que acontecem dentro de um colégio público com milhares de estudantes que diariamente se deslocam por diferentes bairros?", questionou o sindicato.
Publicidade
Casos de contaminação entre servidores e alunos do CMRJ
O DIA noticiou no dia 10 de fevereiro o caso de uma professora da instituição que foi contaminada com a covid-19 enquanto estava em atividade presencial desde o dia 25 de janeiro, quando as aulas na unidade militar foram retomadas. Na ocasião, a seção sindical do Colégio Militar do Rio de Janeiro emitiu um comunicado cobrando medidas emergenciais.
Publicidade
"Desde 2020, há casos de infecção entre servidores do CMRJ, casos estes que não teriam sido notificados à comunidade escolar. Tais servidores tiveram contato com estudantes durante a fase em que podiam transmitir o vírus, sem que as famílias fossem informadas sobre isso. Nesse momento, há casos de estudantes de várias séries que foram afastados por terem testado positivo para covid-19. Por conta do excesso de infectados, uma turma inteira do 8º ano está com suas aulas presenciais canceladas", informou o Sinasefe .
A classe ainda denunciou que, além dos alunos terem que estudar em uma sala com lotação completa, ao contrário do que orienta os protocolos determinados pelas autoridades, algumas aulas são realizadas em auditório não ventilado em conjunto com duas outras turmas, ampliando as possibilidades de infecção.
Os servidores afirmam que o colégio não informou aos professores sobre os casos de colegas infectados, tendo obtido a informação por meio dos próprios colegas.
Publicidade
No caso das infecções de alunos, somente os professores das séries em que as aulas foram suspensas foram oficialmente informados. “Mesmo sabendo que os estudantes têm contato com alunos de outras turmas, o Colégio não informou às famílias a respeito disso, ou seja, crianças podem estar sendo infectadas, levando o vírus para suas casas, infectando seus familiares, sem que suas famílias saibam dos riscos ampliados a que estão sujeitos”, destacou o Sindicato em um comunicado.
O DIA questionou o Colégio Militar do Rio de Janeiro sobre as acusações do Sinasefe e a decisão de suspender completamente as aulas ou não. Em nota, o Colégio Militar do Rio de Janeiro disse estar seguindo todos os protocolos de segurança determinados pelos órgãos de saúde competentes. O CMRJ também listou todas as medidas tomadas desde o retorno das atividades.
Publicidade
No entanto, a unidade não falou sobre o afastamento de uma turma inteira do 8º ano do Ensino Fundamental.
Confira a nota na íntegra:
Publicidade
"Foram estabelecidos desde o início da Pandemia: postos de triagem com aferição da temperatura, higienização das mãos com álcool 70%, sanitização dos calçados, uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, banners e painéis com orientações sobre como evitar o contágio, posicionamento de vários dispensers de álcool em gel, lavatórios avançados, entre outros.

O distanciamento dentro das salas de aulas também tem sido obedecido e fiscalizado diariamente. O efetivo das turmas variam conforme o tamanho das salas de aulas e todos os alunos têm assento fixo, ou seja, não é autorizado a arrastar sua carteira para próximo do colega, nem tão pouco sentar num local que não seja o seu.

Os ambientes das salas de aulas são arejados e com suas janelas sempre abertas. Não procedendo, assim, a denúncia de turmas em auditório sem ventilação.

Diariamente é feito um levantamento das condições sanitárias de nossos alunos e familiares, resultante das informações oriundas deles mesmo por e-mail/telefone, conforme orientação do Colégio, e/ou quando identificado alguma alteração na triagem. Após essa consolidação, informamos ao nosso Escalão Superior a quem cabe comunicar às autoridades.

Atualmente, justamente para garantir uma maior segurança aos alunos e professores, apenas 1/3 dos alunos estão tendo aula presencial, num sistema híbrido. Ou seja: dois dias presencial e três dias pelo Ambiente Virtual da Aprendizagem."