Compras realizadas pela pasta e pelo Ministério da Saúde têm caráter emergencial
Compras realizadas pela pasta e pelo Ministério da Saúde têm caráter emergencialReprodução
Por Karen Rodrigues*
Rio - O vice-presidente da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (AHERJ), Marcus Quintella, comunicou oficialmente ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta quinta-feira que os hospitais privados do estado estão no estoque final de medicação necessária para fazer cirurgias de emergência e a intubação de pacientes de covid-19. 
"Estamos em uma situação crítica. Há hospitais privados que só têm medicação para um ou dois dias, e aí terão que desentubar os pacientes e também não farão cirurgias, porque a iniciativa privada não terá condições, por falta de insumos", alertou Quintella.
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Segundo o vice-presidente da AHERJ, cerca de 50% dos hospitais particulares do Rio, provavelmente, encerrarão as atividades de leito de UTI e atendimento cirúrgico de emergência. Segundo ele, a maioria dos hospitais da Rede D'or faz parte da lista de unidades de saúde que estão quase com o estoque zerado de medicação.
"A AHERJ está fazendo um comunicado ao Ministério Público para que o órgão intervenha. Em hospitais sem medicação, morrem os pacientes intubados em leitos de UTI. Estamos comunicando oficialmente ao MP para que os hospitais se eximam da morte dos pacientes", disse.
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Forças-tarefas do MPRJ
O MPRJ, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, publicou, na última quarta-feira (24), duas resoluções editadas de enfrentamento da covid-19 no estado do Rio, em especial neste momento de aumento do contágio e escassez de leitos para internação de pacientes. A primeira delas institui a Força-Tarefa para a fiscalização das ações e serviços de saúde de enfrentamento à pandemia. Já a outra Força-Tarefa instituída na instituição, é para o acompanhamento do processo de retomada das aulas e da garantia de qualidade do ensino remoto.
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"A resolução prevê ainda que a fiscalização das ações e serviços de saúde de enfrentamento à pandemia envolva a apreciação simultânea de aspectos sanitários, epidemiológicos, administrativos, orçamentários, financeiros e fiscais. E que e a multiplicidade de dimensões que nesse tema se relacionam torna recomendável a coordenação na adoção de diversas medidas, sejam judiciais ou extrajudiciais, junto aos variados órgãos públicos municipais e estaduais, de modo a privilegiar a eficiência, eficácia e a celeridade da atuação ministerial".
Segundo o MPRJ, as Forças-Tarefas, com expectativa de duração de quatro meses, terão atuação em todo o território do Estado do Rio, observando os pedidos de auxílio dos respectivos Promotores de Justiça com atribuição. O PGJ, por ato específico, designará promotores de Justiça para as respectivas regiões componentes das FTs, bem como os seus coordenadores. 
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Sobre a falta de insumos nos hospitais da rede privada do Rio, o MP informou que o Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Saúde informa não ter recebido tal comunicado oficialmente. "Ressalta que as questões relacionadas aos hospitais privados não são tratadas pelas Promotorias de Justiça com atribuição para defesa da saúde pública.".
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes