Débora Saraiva
Débora SaraivaReprodução
Por Bruna Fantti
Rio - A ex-namorada de Jairo de Souza, o Dr. Jairinho, entregou uma foto à polícia, tirada pela sua mãe, na qual estaria sob efeitos de remédios dados pelo vereador. Na noite anterior à foto, Jairinho teria feito uma sessão de tortura com seu filho, de apenas 3 anos de idade.  A criança chegou a pedir socorro para a mãe, que não despertava. 
As agressões à criança teriam ocorrido no ano de 2015, em um apartamento que Jairinho alugara, em Jacarepaguá, para ficar com Débora e os filhos dela. Tanto Jairinho quanto Débora foram indiciados, ontem, pela Delegacia de Criança e Adolescente Vítima (DCAV) por tortura, sendo a mulher pela omissão. A polícia também pediu ao Ministério Público que eles sejam denunciados por falsidade ideológica, já que prestaram informação falsa em boletim médico de um hospital público.
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A foto foi tirada em uma manhã, pela mãe de Débora, que estranhou o comportamento da filha. Em depoimento, ela disse que "encontrou seus netos brincando na varanda do apartamento e sua filha Débora estava deitada em um sofá da sala, parecendo que estava desmaiada; que a declarante tentou conversar com DÉBORA mas essa não respondia corretamente, parecendo estar dopada; QUE CLARA, neta da declarante, disse: vovó, tem um pozinho branco na taça dela; vem aqui ver", diz trecho do documento.
A mãe de Débora viu, então, uma taça vazia, toda suja com um pó branco. Ela chegou a perguntar para filha do se tratava e, em depoimento à Dcav, alegou que  "o estado no qual ela se encontrava não a permitia responder; QUE por estranhar muito o fato, a declarante tirou uma fotografia de DÉBORA, no estado em que se encontrava".
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Jairinho, segundo a mãe de Débora, não estava mais no imóvel. Após ser levada para a casa da mãe, Débora teria levado uma semana para se recuperar e voltar ao estado normal. Nesse período, ela tinha falhas na memória e ficava desorientada. 
Débora falou sobre remédios de Jairinho
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Em seu depoimento, Débora disse que Jairinho tomava medicamentos toda a noite para dormir. Indagada a respeito de qual seria a medicação, ela citou Rivotril, Luvox, Pax e Melatonina. "(Jairo) sempre afirmava que precisava dormir logo após tomar um desses medicamentos, não se recordando a declarante se era o PAX ou o LUVOX (sendo certo que a declarante não se recorda a grafia correta do medicamento PAX); QUE JAIRINHO afirmava que, caso não dormisse logo após tomar esse tal medicamento, ele faria efeito contrário e ele acabava ficando mais agitado; QUE de fato, toda vez que JAIRINHO tomava os medicamentos (pois costumava tomar todos de uma vez) e não deitava logo para dormir, ficava meio estranho". 
Entre comportamentos estranhos, estaria colocá-la de cabeça virada para baixo.
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Na noite em que teria sido dopada, Jairo teria escolhido uma das crianças da casa, um menino de três anos, e o mandado deitar no sofá. Após isso, colocou um papel e um pano na boca da criança, além de pisar na sua barriga e tórax. Por fim, Jairo teria colocado um saco plástico na cabeça do menino e rodado as ruas da cidade em um carro.  A irmã do menino nunca teria sido abordado por Jairo.
No relatório, o delegado Adriano França, titular da Dcav, apontou que outra namorada de Jairinho se recordou dele oferecer um remédio para ela, que fingiu tomar. Ao se levantar de madrugada, a mulher encontrou a filha sendo agarrada nos braços pelo vereador. 
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A reportagem tenta contato com a defesa dos citados.