Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Parque Beira Mar
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Parque Beira MarDaniel Castelo Branco / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - Familiares da idosa Ecília Santana da Luz denunciaram ao DIA o descaso de funcionários do Hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense. Segundo Marlene Gomes, sua mãe deu entrada com sintomas de covid-19 e, horas depois, não resistiu. "Quando a gente chega, a gente não pode entrar, não pode acompanhar. Ela estava cansada, tossindo, aí trouxe ela pra cá. Deveria ter levado para o Saracuruna. É a segunda vez, trouxe minha irmã pra cá, ela entrou e morreu, em maio de 2019. Aí o médico veio falar comigo e disse que minha mãe não resistiu, eu não sabia que minha mãe ia morrer".
O neto da vítima, Jonathan, contou que ficou horas esperando para saber uma posição dos médicos. "Minha avó chegou 8h da manhã, não era pra morrer assim, não. Ela estava bem de saúde, mas eles falaram que ela estava com covid. Eles falaram que o pulmão dela estava todo tomado, todo branco. Eles que não ligam muito pra saúde da pessoa, largam a pessoa na sala vermelha".
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Ainda segundo Marlene, a idosa havia tomado as duas doses da vacina e, ainda assim, não resistiu. "Ela tomou a primeira e a segunda dose. Minha mãe não estava falando, ela tinha Alzheimer", contou.
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Parentes sem informação
A morada de Vila São Luiz, Larissa Alves da Silva, também contou ao DIA os problemas que vem enfrentando com sua avó internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Parque Beira Mar. "Eu vim ontem com minha avó para a emergência, só que ela teve que ficar internada por conta de uma pneumonia. Eles falaram que iriam enviar informações por WhatsApp e até agora nada. Disseram que não pode ter visita, minha avó ainda está no corredor, demorou mais de duas horas pra fazer a internação dela, é uma idosa de 89 anos e está pensando que está abandonada".
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"Está um descaso com as famílias, a gente entende que tem a covid, mas pelo menos uma visita, nem que fosse cinco minutinhos. Não falaram nada sobre fazer o exame de covid, se vão fazer ou não, eu não sei de nada. A única coisa que eu sei é que ela está com pneumonia porque ontem fizeram uma tomografia", desabafou.
Já Ane Caroline está sem informações oficiais da mãe de 40 anos desde domingo (21). "A gente tenta falar com os médicos e ninguém vem falar com a gente. A assistente social fala que vai mandar mensagem e a mensagem nunca chega no nosso telefone. Estamos aqui aguardando algum médico dar alguma resposta pra gente. No domingo ela foi internada com suspeita de água no pulmão e estava esperando para fazer uma drenagem. Outro dia falaram que é covid. Nem um diagnóstico certo a gente tem ainda".
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"Ela estava bastante ofegante, sem conseguir respirar. Deixamos o telefone com ela e, mesmo não podendo falar toda hora, ela está no oxigênio. Ninguém está bem assistido aqui, de manhã parecia um inferno, ninguém tem notícia de nada. Só conseguimos falar com a assistente social e ela ainda diz que não pode dar resposta com dados clínicos pra gente", disse a jovem.
Aguardando informações na mesma unidade, Adriana de Souza buscou atendimento para o irmão que esteve internado no Raul Gazolla, teve alta, mas piorou em casa. "Meu irmão está internado desde terça-feira e eu não tenho notícia dele. Estou aqui desde 9h da manhã, já são 15h, e até agora ninguém veio falar comigo. Ele está na enfermaria, na sala amarela. A única coisa que eu sei é porque meu tio tem um conhecimento aí dentro e a moça falou pelo whatsapp que ele estava bem e, de repente, ia ter alta amanhã. A gente não sabe, não conversei com o médico e não sei nem se é verdade", contou.