Adriano da Nóbrega
Adriano da NóbregaReprodução
Por O Dia
Rio - As investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam que o ex-capitão da Polícia Militar Adriano da Nóbrega era dono de pontos de máquinas caça-níquel pela cidade do Rio e o dinheiro obtido era revertido para investimentos em terras, gado e cavalos. As informações foram reveladas pelo portal G1. Ele também tinha envolvimento com assassinatos, agiotagem e negócios juntos à milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio. 
O ex-capitão da PM foi morto em um confronto com a polícia da Bahia no dia 9 de fevereiro de 2020, na cidade de Esplanada, na Bahia, onde o ex-capitão mantinha um esconderijo. Contra Adriano, que estava foragido, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, quando os policiais tentaram cumprir o mandado, ele resistiu com disparos e acabou ferido.
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Uma das irmãs de Adriano, Tatiana viajou para a cidade de Lagoinhas, na Bahia, para reconhecer o corpo, que estava no Instituto Medico Legal (IML) local.
Dois dias depois que ele foi morto, no dia 11, Tatiana conversou com uma outra irmã do miliciano, Daniela, e contou que Adriano não iria se se entregar. A conversa das duas irmãs foi interceptada com autorização da Justiça e a informação é do portal G1.
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Além disso, durante o bate papo, Tatiana revelou que o irmão era 'bicheiro', e negou sua participação na milícia.
"Não era miliciano, mas sim bicheiro", revelou.
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'Bicheiro'
Adriano da Nóbrega também já foi chefe de segurança de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, morto em 2011, e da mulher dele, Shanna Garcia,  filha de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho. Por conta disso, o Ministério Público estadual também abriu investigações contra o ex-capitão. 
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De acordo com as investigações, quando Zé Personal foi morto, Adriano já administrava máquinas de caça-níquel pela cidade. Ainda segundo o MP, o dinheiro recebido pela contravenção justifica a vida com padrão elevado que Adriano possuía.

'Escritório do crime'

Adriano também era apontado como o chefe do 'Escritório do Crime', é formado por policiais e ex-policiais milicianos contratados para matar. O grupo chegou a ser apontado como executor da vereadora Marielle Franco.
O grupo é investigado por 13 assassinatos desde 2009.
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Viúva é acusada de lavar dinheiro do ex-capitão do Bope
O Ministério Público do Rio deflagrou, na segunda-feira (22), a Operação Gárgula, com o objetivo de prender uma organização criminosa, na qual dois policiais militares estão entre os investigados, sob a acusação de lavar dinheiro de Adriano.
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Ao todo, três mandados de prisão e 27 de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital. Nove pessoas foram denunciadas. Entre os alvos com mandados de prisão expedido está Julia Emilia Mello Lotufo, viúva do ex-policial, que é considerada foragida.
Outro alvo da operação, que deveria ser preso, era o 2º sargento PM Luiz Carlos Felipe Martins, de 50 anos, conhecido pelo apelido de 'Orelha'. O policial, que era amigo de Adriano da Nóbrega, foi morto no fim de semana ao sofrer um ataque a tiros na porta de casa, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.
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Uma mulher também foi detida. Carla Chaves Fontan está entre os denunciados no documento do Ministério Público. Na casa dela foram apreendidos R$ 75 mil em dinheiro. Ela não soube explicar a procedência do valor encontrado em seu imóvel.
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A Justiça do Rio determinou o sequestro do Haras Fazenda Modelo, automóveis e bloqueio de bens de R$ 8,4 milhões, correspondentes ao valor mínimo constatado em movimentações pelos criminosos.