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Exclusivo Empresa alega dívida de R$ 1 milhão da prefeitura para emissão de laudos de tomógrafos

Assim como a Amo-RX, que afirma ter dívida com o município de R$ 3 milhões, Talelaudo interrompeu os serviços no dia 31. Ao todo, 12 tomógrafos estão fora de atividade

Tomógrafo da Rocinha, que fica na Igreja Universal do bairro, é um dos 12 que estão fora de operação
Tomógrafo da Rocinha, que fica na Igreja Universal do bairro, é um dos 12 que estão fora de operaçãoDaniel Castelo Branco
Por Bernardo Costa
Rio - A empresa Telelaudo Tecnologia Médica LTDA., que prestava serviço para 12 tomógrafos da rede municipal de Saúde do Rio, alega dívida de aproximadamente R$ 1 milhão da prefeitura. Assim como a empresa Amo-RX Imagens Rio Radiologia LTDA., que atuava na operação dos equipamentos e interrompeu as atividades no último dia 31, como mostrou reportagem do DIA, a Telelaudo também encerrou o trabalho na mesma data. A empresa era responsável por emitir os laudos dos exames, que auxiliavam os médicos a terem a dimensão do grau do comprometimento dos pulmões dos pacientes de covid-19. Devido ao encerramento das atividades das empresas, que alegam não ter fôlego financeiro para continuar o trabalho, os tomógrafos foram desativados.
"Ficou inviável darmos continuidade ao serviço. A situação se tornou surreal: uma empresa pequena como a nossa tendo que subsidiar a Prefeitura do Rio", diz o médico radiologista Flávio Lanes, diretor-executivo da Telelaudo: "O contrato foi firmado em meados de 2020. Recebemos valores, mas eles foram parciais e sempre vinham com atraso. Calculo que, do ano passado, tenhamos a receber cerca de R$ 400 mil de atrasados. De janeiro até março, temos a receber o restante, aproximadamente R$ 600 mil".
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O contrato firmado com a empresa, na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella, teve valores de R$ 1.680.000 e depois um aditivo de R$ 700 mil, que, segundo a empresa, expandia o serviço para outras unidades de saúde do município. O objeto dos contratos: contratação de empresa especializada para emissão de laudos remotos - telerradiologia - para exames de tomografia computadorizada.
Os contratos contemplaram os exames realizados nos seguintes unidades de saúde: Hospital Municipal Ronaldo Gazolla; Clínica da Família Otto Alves de Carvalho, em Jacarepaguá; UPA Cidade de Deus; CMS Harvey Ribeiro de Souza Filho, no Recreio; Clínica da Família Adib Jatene, na Maré; Policlínica Rodolpho Rocco, em Del Castilho; UPA Madureira; Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá; Policlínica Guilherme Manoel da Silveira, em Bangu; CMS Belizário Penna, em Campo Grande; e Policlínica Lincoln de Freitas Filho, em Santa Cruz, além daqueles realizados nos tomógrafos situados nos estacionamentos da Igreja Universal, próximo à UPA da Rocinha, e do Shopping Via Rio Pavuna.
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"Suspendemos todos os atendimentos", diz Flávio Lanes.
Assim como aconteceu com a empresa Amo-RX, também foi publicado, em dezembro do ano passado, no Diário Oficial do município, termo de autorização para prorrogação do contrato com a Telelaudo:
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"Seguimos trabalhando, pois sabíamos da importância do serviço para a população durante a pandemia. Houve a mudança de gestão na prefeitura, e pedimos reuniões na tentativa de regularizar a situação. Fizemos duas por teleconferência e nos pediram paciência, pois estavam analisando os contratos da gestão anterior. Depois, não tivemos mais resposta e fomos obrigados a encerrar o serviço", explica Lanes.
No último dia 26 de março, cinco dias antes de a Telelaudo encerrar as atividades, a prefeitura publicou no Diário Oficial notificação para a empresa apresentar defesa 'quanto a inconformidades na prestação de serviços, equívocos na emissão do Telelaudo, causando transtornos ao Hospital Municipal Francisco da Silva Telles':
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"Não tomamos conhecimento dessa notificação. Mas o que aconteceu foi o seguinte: foram dois laudos com equívocos, mas que não colocaram em risco os pacientes. Um deles foi referente a uma frase equivocada. Foi erro humano. É chato, mas pode acontecer. O segundo se trata de um exame cadastrado de forma errada pela unidade e que acabou não sendo percebido pelos nossos profissionais, que foram induzidos a erro. São equívocos simples em apenas dois laudos de um total de 33.411 que realizamos pela prefeitura. Isso está longe de ser motivo para não nos pagarem o que é devido.
Segundo a Secretaria municipal de Saúde (SMS), a antiga gestão firmou contratos emergenciais para operação de 14 tomógrafos e emissão de laudos, com prazo de 180 dias. Alguns desses contratos, diz a pasta, sequer tiveram um único pagamento durante todo o prazo de vigência no ano passado. Em dezembro, prossegue a nota, quando o prazo dos contratos venceu, foram publicados em Diário Oficial o “autorizo” e o “ratifico” para a renovação dos contratos, sem que, no entanto, fosse feito o processo exigido pela legislação, como a pesquisa de mercado, a tomada de preços e a previsão orçamentária. Os novos contratos sequer foram assinados.
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"A nova gestão da SMS, que assumiu em janeiro, avaliou os contratos e, diante dessas irregularidades, se viu legalmente impossibilitada de fazer os pagamentos às empresas ou mesmo manter esses contratos nessas condições", conclui a nota da prefeitura.  
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Tomógrafo da Rocinha, que fica na Igreja Universal do bairro, é um dos 12 que estão fora de operação
Tomógrafo da Rocinha, que fica na Igreja Universal do bairro, é um dos 12 que estão fora de operaçãoDaniel Castelo Branco
Por Bernardo Costa
Rio - A empresa Telelaudo Tecnologia Médica LTDA., que prestava serviço para 12 tomógrafos da rede municipal de Saúde do Rio, alega dívida de aproximadamente R$ 1 milhão da prefeitura. Assim como a empresa Amo-RX Imagens Rio Radiologia LTDA., que atuava na operação dos equipamentos e interrompeu as atividades no último dia 31, como mostrou reportagem do DIA, a Telelaudo também encerrou o trabalho na mesma data. A empresa era responsável por emitir os laudos dos exames, que auxiliavam os médicos a terem a dimensão do grau do comprometimento dos pulmões dos pacientes de covid-19. Devido ao encerramento das atividades das empresas, que alegam não ter fôlego financeiro para continuar o trabalho, os tomógrafos foram desativados.
"Ficou inviável darmos continuidade ao serviço. A situação se tornou surreal: uma empresa pequena como a nossa tendo que subsidiar a Prefeitura do Rio", diz o médico radiologista Flávio Lanes, diretor-executivo da Telelaudo: "O contrato foi firmado em meados de 2020. Recebemos valores, mas eles foram parciais e sempre vinham com atraso. Calculo que, do ano passado, tenhamos a receber cerca de R$ 400 mil de atrasados. De janeiro até março, temos a receber o restante, aproximadamente R$ 600 mil".
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Os contratos contemplaram os exames realizados nos seguintes unidades de saúde: Hospital Municipal Ronaldo Gazolla; Clínica da Família Otto Alves de Carvalho, em Jacarepaguá; UPA Cidade de Deus; CMS Harvey Ribeiro de Souza Filho, no Recreio; Clínica da Família Adib Jatene, na Maré; Policlínica Rodolpho Rocco, em Del Castilho; UPA Madureira; Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá; Policlínica Guilherme Manoel da Silveira, em Bangu; CMS Belizário Penna, em Campo Grande; e Policlínica Lincoln de Freitas Filho, em Santa Cruz, além daqueles realizados nos tomógrafos situados nos estacionamentos da Igreja Universal, próximo à UPA da Rocinha, e do Shopping Via Rio Pavuna.
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Assim como aconteceu com a empresa Amo-RX, também foi publicado, em dezembro do ano passado, no Diário Oficial do município, termo de autorização para prorrogação do contrato com a Telelaudo:
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"Seguimos trabalhando, pois sabíamos da importância do serviço para a população durante a pandemia. Houve a mudança de gestão na prefeitura, e pedimos reuniões na tentativa de regularizar a situação. Fizemos duas por teleconferência e nos pediram paciência, pois estavam analisando os contratos da gestão anterior. Depois, não tivemos mais resposta e fomos obrigados a encerrar o serviço", explica Lanes.
No último dia 26 de março, cinco dias antes de a Telelaudo encerrar as atividades, a prefeitura publicou no Diário Oficial notificação para a empresa apresentar defesa 'quanto a inconformidades na prestação de serviços, equívocos na emissão do Telelaudo, causando transtornos ao Hospital Municipal Francisco da Silva Telles':
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"Não tomamos conhecimento dessa notificação. Mas o que aconteceu foi o seguinte: foram dois laudos com equívocos, mas que não colocaram em risco os pacientes. Um deles foi referente a uma frase equivocada. Foi erro humano. É chato, mas pode acontecer. O segundo se trata de um exame cadastrado de forma errada pela unidade e que acabou não sendo percebido pelos nossos profissionais, que foram induzidos a erro. São equívocos simples em apenas dois laudos de um total de 33.411 que realizamos pela prefeitura. Isso está longe de ser motivo para não nos pagarem o que é devido.
Segundo a Secretaria municipal de Saúde (SMS), a antiga gestão firmou contratos emergenciais para operação de 14 tomógrafos e emissão de laudos, com prazo de 180 dias. Alguns desses contratos, diz a pasta, sequer tiveram um único pagamento durante todo o prazo de vigência no ano passado. Em dezembro, prossegue a nota, quando o prazo dos contratos venceu, foram publicados em Diário Oficial o “autorizo” e o “ratifico” para a renovação dos contratos, sem que, no entanto, fosse feito o processo exigido pela legislação, como a pesquisa de mercado, a tomada de preços e a previsão orçamentária. Os novos contratos sequer foram assinados.
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"A nova gestão da SMS, que assumiu em janeiro, avaliou os contratos e, diante dessas irregularidades, se viu legalmente impossibilitada de fazer os pagamentos às empresas ou mesmo manter esses contratos nessas condições", conclui a nota da prefeitura.  
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