O menino Henry Borel e a mãe, a professora Monique Medeiros: desfecho trágico para um caso que revolta e mobiliza a opinião pública
O menino Henry Borel e a mãe, a professora Monique Medeiros: desfecho trágico para um caso que revolta e mobiliza a opinião públicaReprodução redes sociais
Por Bruna Fantti
Rio -- Os advogados de Monique Medeiros, presa pela suspeita de participação no assassinato Henry Borel, 4 anos, contaram à polícia, extraoficialmente, a nova versão de sua cliente para a morte do seu filho e de como era sua convivência com Jairo Souza, o Dr. Jairinho, seu namorado, também preso pela mesmo crime. Os defensores querem convencer os investigadores a tomar um novo depoimento da sua cliente. Para eles, a dinâmica da morte da criança ainda não foi relatada, o que seria, segundo a defesa, um impedimento para a denúncia ser concretizada.
O DIA apurou que Monique afirmou tomar, sem conhecimento, remédios diluídos; que foi coagida ainda no hospital a contar outra versão, além de sofrer uma rotina de agressões por parte de Jairinho.  Ainda segundo os advogados, ela acreditava, até ser presa, que a morte do filho tinha sido um acidente. E, só quando soube do histórico de agressões de Jairinho a outras mulheres e seus filhos, percebeu que havia sido enganada.
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Henry morreu na madrugada do dia 8 de março, dentro do apartamento em que estava com Jairinho e Monique, segundo a perícia. A criança sofreu 23 lesões no corpo, sendo hemorragia hepática a causa da morte. Ainda de acordo com os peritos, o menino já estava morto ao ser levado do apartamento em que estava ao hospital pela mãe e padrasto, únicas pessoas que estavam com ele no momento das agressões.
Remédios diluídos e exame de sangue
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Segundo a nova versão dita pelos advogados aos investigadores, Monique suspeita que Jairinho diluísse remédios na água, sem ela ter conhecimento, para ela adormecer. Ela teria constatado isso após saber do relato de uma de ex-amante do parlamentar, que contou um episódio semelhante. A ex-amante disse que Jairinho lhe deu um remédio, mas ela não o engoliu e fingiu dormir. Ao levantar da cama, relatou ter visto Jairinho segurando os braços de sua filha, que dormia em um sofá. A criança, agora, afirma que ele a agredia constantemente.
A defesa não descarta solicitar um exame de sangue para saber se, na noite da morte de Henry, Monique estava sob efeito de algum remédio. A princípio, ela não lembra de ter ingerido algum medicamento.
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Além disso, Monique contou que a coação de Jairinho já começou no próprio hospital, quando, após ela ligar para a mãe e relatar o que havia ocorrido com Henry, ele tomou o celular de sua mão e apagou todas as chamadas que ela havia feito do telefone e dito que "ele cuidaria de tudo".
Corpo de Henry e agressões
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Outro ponto destoante da primeira versão de Monique à polícia é sobre como ela encontrou Henry, na madrugada do crime. No seu primeiro depoimento, ela relatou que encontrou a criança caída no chão, com mãos e pés gelados. E, então, acordou Jairinho. Agora, ela diz que foi ele quem pediu para que essa versão fosse contada, pois "seria melhor para os dois". Até então, ela acreditava que a morte do filho tivesse sido acidental.
Segundo ela, a dinâmica foi totalmente diferente: ela quem acordou e já encontrou Jairinho ao lado de Henry no quarto, com a criança já se contorcendo no chão. Nesse momento, Jairinho  teria dito que o encontrou assim, "passando mal".
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Além disso, relatou que passou a viver uma rotina de agressões de Jairinho, sendo vítima de um mata-leão na cama, conforme o Portal Uol já tinha revelado. E, por conta disso, tinha medo de Jairinho, somente se sentindo à vontade a contar esses detalhes da convivência dos dois após ele ser preso.
"Até então, ele era o homem ideal de qualquer mulher. Ela não suspeitava de que ele pudesse fazer algo com o seu filho", afirmou um dos advogados à reportagem. A defesa de Jairo de Souza não foi encontrada.